Doze voluntários de vários pontos de Portugal, ligados ao Instituto Missionário da Consolata, vão estar entre esta segunda-feira, 1 de agosto, e o próximo dia 30, em Marandallah, uma aldeia remota situada no interior e a norte da Costa do Marfim. Os voluntários são oriundos da região do Porto e de Lisboa, e são maioritariamente estudantes, existindo também uma médica, uma enfermeira, uma polícia e uma economista e várias outras profissões.
O nome do grupo é ‘Apôh’, que significa ‘amor’, na língua local de Marandallah. Os voluntários vão ser acompanhados por Antony Malila, sacerdote missionário da Consolata queniano, e pelo casal Gonçalo e Iara Magano, Leigos Missionários da Consolata. Antony Malila explica que a Costa do Marfim “esteve muitos anos em guerra civil, e a zona do norte, onde Marandalah se encontra, ficou muito sacrificada”. É nessa região que os Missionários da Consolata se encontram desde 2002, a “tentar fazer quase tudo, na área da promoção humana”, tendo sido os “primeiros a criar um centro de saúde” na zona. Numa região onde “70 por cento da população nunca foi à escola”, os missionários “incentivam” a aprendizagem.
“O nosso projeto é equipar uma escola. O centro de saúde dos Missionários da Consolata que se encontra nessa zona também não tem muitas condições. Por isso, vamos tentar comprar alguns medicamentos e equipamentos de hospital, para melhorar o centro de saúde. O nosso grupo tem uma médica e ela vai estar aí a trabalhar e a dar algumas formações aos funcionários”, disse o sacerdote.
Apoio à saúde e educação
Do grupo de voluntários fazem parte Afonso Duarte, Carina Gonçalves, Catarina Guerra, Cristiana Soares, Joana Santos, Liliana Neto, Maria Escudeiro, Mariana Baptista, Paulo da Silva e Madalena, Mafalda e Mariana Cardoso. Desde o passado mês de novembro, os voluntários têm participado em encontros quinzenais de formação, e têm vendido objetos com o nome da missão, de forma a angariar fundos para adquirir o material que pretendem levar.
“O nosso principal objetivo é equipar a Escola de Marandallah. Faltam cadernos, lápis, canetas, material de desenho e de trabalhos manuais, cadeiras, mesas, quadros e ardósias, entre outros materiais. Ambicionamos ainda construir um ambiente mais acolhedor na saúde. Esperamos levar material medicamentoso que possa ajudar a salvar vidas, junto da comunidade. Tentaremos deixar várias ferramentas que possam contribuir para um crescimento mais sustentável e integral”, indica a voluntária Liliana.
Após os efeitos da pandemia, os jovens consideram que a iniciativa é ainda mais urgente. “Considerando o momento em que vivemos, não podíamos estar mais convictos da necessidade de partirmos em missão. Esta pandemia acentuou as desigualdades e assimetrias à volta do mundo, tornando os povos mais remotos e pobres, em povos ainda mais excluídos”, lamenta Liliana Neto.
O sonho de fazer o bem
Aos 19 anos, Afonso e Mafalda são os voluntários mais novos. “Estou ansioso por contribuir para a resolução de problemas. Tenho um desejo vibrante de poder contribuir para melhorar as condições humanas a um nível mundial”, refere Afonso. Para Mafalda, aproxima-se a concretização de algo há muito idealizado. “Sempre tive o sonho de ir em missão e prestar cuidados e atenção a pessoas que precisam de ajuda”.
Madalena, de 24 anos, é enfermeira, e espera desta experiência um enriquecimento em vários âmbitos. “Sempre quis ir em missão, principalmente para poder aprender como é a área da saúde noutros países, e poder desenvolver as minhas capacidades a nível profissional e pessoal”. Para Catarina Guerra, de 25 anos, e a estudar Serviço Social, a missão não será uma novidade, mas a expetativa mantêm-se. “Gosto muito de ajudar o outro e perceber quais as suas fragilidades e necessidades. Já estive em missão duas vezes com os Missionários da Consolata – em Angola e na Tanzânia. Foram as melhores experiências da minha vida e, por isso mesmo, este ano vou partir novamente em missão”. O projeto destes jovens pode ser acompanhado nas redes sociais, através das páginas que o grupo dinamiza, com o nome – “Missão Apôh”.
Texto: Juliana Batista