Os Missionários da Consolata em Fátima acolhem esta semana mais uma edição do Curso de Missiologia, que reúne cerca de três dezenas de participantes, com vista à qualificação dos missionários e da missão. O segundo dia do encontro teve lugar terça-feira, 23 de agosto, e foi conduzido por Teresa Messias, doutora em Teologia Fundamental, que levou até aos formandos uma reflexão dedicada ao tema “Espiritualidade missionária”, através da qual disse aos participantes que a “missão não é fazer coisas, embora tenhamos que as fazer, mas é ser, é uma identidade”. A especialista debruçou-se depois sobre conceitos como a alegria e a felicidade.
“Deus é a felicidade. O que nós temos para dar, porque Jesus nos veio dar, é uma experiência de felicidade que nasce da relação entre pessoas divinas, e uma experiência de felicidade que não se descobre meramente olhando para as pessoas, embora as pessoas humanas possam mostrar alguma participação disso, mas tem de ser revelada por Deus. Ou seja, a alegria de Deus é qualquer coisa diferente da alegria que nós apresentamos meramente a nível humano. Há paralelos, mas a alegria de Deus é outro ‘campeonato’, não estamos a falar da mesma coisa. A experiência do amor, da alegria e da felicidade de Deus é o lugar originário da felicidade. É uma felicidade que nasce do ser de Deus, tem a ver com o ser de Deus. Quando Deus se comunica, comunica felicidade”, frisou a conferencista, fazendo depois referência ao trabalho missionário.
“A alegria é a raiz da experiência missionária. Essa alegria nasce de uma comunhão interpessoal, não é uma alegria individual, solitária, centrada em si, é uma alegria que nasce da relação entre as pessoas divinas”, frisou Teresa Messias, aludindo de seguida às contrariedades que fazem parte da vida de cada um. “A Criação é obra de Deus, mas o pecado não é obra de Deus. O pecado é obra da nossa própria condição de liberdade. (…) Não é Deus o autor do mal”, esclareceu. O Curso de Missiologia prossegue até ao próximo sábado, 27 de agosto, sob o tema “Sereis minhas testemunhas”.