“Bad news is good news” é uma expressão que quer dizer que uma má notícia é boa notícia. Ao contrário, uma boa notícia é má, ou seja, não é notícia. As boas notícias no mundo de hoje desaparecem logo. São consideradas más notícias, porque não vendem.
O predomínio das más notícias faz com que a nossa mente desenvolva uma imagem menos boa da sociedade e da vida, pensando mais sobre o pior que acontece. Todos os dias olhamos para o mundo quase só pela negativa. Conflitos políticos, económicos, sociais, culturais e ideológicos preenchem os telejornais, jornais e revistas.
A sociedade da informação é também a sociedade da manipulação de informação e da desinformação. Esta máquina poderosa, às vezes, faz-nos pensar só em nós e esquecer os outros. Nem pensamos sobre toda a realidade do mundo. É uma grande máquina de divertimento e de disseminação do medo que nos faz fugir da nossa realidade, e, por vezes, ficar insensíveis aos verdadeiros problemas atuais. O que é que valem as coisas maravilhosas que todos os dias acontecem? Valem ou não as notícias positivas, sobre o bem comum, a fraternidade e a solidariedade humana? Existem ou não muitas tentativas de diálogo, justiça e paz? Porque não noticiar as várias lutas pelos direitos humanos, os direitos dos índios e a proteção do ambiente? Podemos falar sobre a tolerância religiosa?
Na constituição pastoral sobre a Igreja no mundo atual, “Gaudium et Spes”, pode ler-se que “a humanidade vive hoje uma fase nova da sua história, na qual profundas e rápidas transformações se estendem progressivamente a toda a terra”. No documento lê-se que “novos e mais perfeitos meios de comunicação social permitem o conhecimento dos acontecimentos e a rápida e vasta difusão dos modos de pensar e de sentir; o que, por sua vez, dá origem a numerosas repercussões”. Esta é uma análise realizada pela Igreja há quase 60 anos, num contexto bastante diferente, mas a mensagem ainda é muito atual. Segundo este documento, “é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo adaptado a cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da futura, e da relação entre ambas”.