Vive-se atualmente uma catástrofe humanitária no Haiti, provocada pelas crises de gangues e por uma situação político-económica precária, disse Helen La Lime, responsável pelo Escritório Integrado da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, no Conselho de Segurança das Nações Unidas dedicado à gravidade da situação no país, que decorreu no início desta semana.
De acordo com Valerie Guarnier, diretora executiva adjunta da agência, metade da população sofre com a insegurança alimentar, e para agravar esta situação, 2 milhões de toneladas de alimentos foram roubadas, em duas semanas de assaltos a armazéns do Programa Mundial de Alimentos (PMA). O total de bens alimentares roubados poderia alimentar 200 mil pessoas ao longo do mês de outubro. A inflação no Haiti atingiu os 31 por cento, o maior nível em anos, e deverá continuar a subir. O custo de um cesto de bens essenciais aumentou para 52 por cento, sendo que o preço do petróleo duplicou.
Segundo Helen La Lime, o primeiro passo para conter a atual crise é uma solução política encabeçada pelo próprio Haiti. La Lime pediu ao Conselho de Segurança da ONU para mobilizar ajuda para o povo haitiano. A responsável considera que o cenário no país obriga a “medidas urgentes” do órgão da ONU. Neste contexto, Ghada Waly, diretora Executiva do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), encontra-se a trabalhar com parceiros num plano para acabar com a corrupção, assim como controlar as fronteiras e o tráfico de armas.