Portugal necessita de medidas rápidas e urgentes para enfrentar os efeitos das alterações climáticas, considera David Boyd, relator especial para os Direitos Humanos e o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), que nesta terça-feira, 27 de setembro, concluiu uma visita de nove dias ao território português, onde passou pelo Porto, Covilhã, Serra da Estrela, Boticas, Covas do Barroso e Reserva Natural das Dunas de São Jacinto.
De acordo com os serviços de comunicação das Nações Unidas, no decorrer da sua visita, David Boyd reuniu-se com autoridades portuguesas nacionais e locais, representantes da sociedade civil, do ensino superior e de agências da ONU no país. A deslocação foi uma ocasião para observar as consequências dos incêndios e da seca. David Boyd afirma que mais mil mortes em Portugal registadas este ano, estão relacionadas com a onda de calor que afetou o país, que perdeu 110 mil hectares de florestas devido aos incêndios.
O relator da ONU acredita que as “plantações de eucalipto são um problema”, e deveriam ser substituídas por espécies mais resistentes a incêndios como o “carvalho, sobreiro e castanheiro”. David Boyd não esqueceu as minas de lítio, lembrando que os trabalhos precisam de cumprir os mais elevados padrões ambientais e respeitar os direitos humanos. Por outro lado, Portugal encerrou centrais elétricas à base de carvão, estendeu o acesso à água potável em 99 por cento, e criou este ano um Fundo Ambiental com mais de 1,1 biliões de euros. Para David Boyd, o país deve continuar a reduzir a poluição, e melhorar a gestão de resíduos.