Grande parte da população da Somália está a ser afetada pelos efeitos da seca, nomeadamente a fome, com crianças a darem entradas contantes em unidades de saúde para tratamento de desnutrição aguda severa. “É muito difícil chegar até os mais vulneráveis em todo o país. Tudo é continuamente dificultado pelo terrorismo e pelas ameaças aos agentes humanitários e à ajuda da comunidade internacional”, disse Giorgio Bertin, administrador apostólico de Mogadíscio e bispo de Djibuti, em declarações ao portal Vatican News.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), “a cada minuto, uma criança é hospitalizada por desnutrição aguda severa, e crianças severamente desnutridas têm até 11 vezes mais probabilidade de morrer de diarreia e sarampo do que crianças bem nutridas”. “Se não forem tomadas medidas urgentes e não houver investimento na Somália, seremos confrontados com a morte de crianças numa escala que não se via há 50 anos”, alerta o organismo.
Numa tentativa de aliviar o sofrimento do povo somali, a UNICEF está a prestar cuidados de saúde, a distribuir alimentos e água potável, “mas os problemas de financiamento permanecem e, pela quinta vez consecutiva, o país é confrontado com a escassez na estação chuvosa, resultando numa seca sem precedentes, a pior em 40 anos, que está a afetar cerca de 8 milhões de pessoas, e com o espectro de uma fome que se aproxima se a assistência humanitária não chegar dentro dos próximos dias”.