O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) procedeu, nos últimos meses, a “cortes no apoio vital a refugiados e outras pessoas deslocadas à força em todo o mundo”, devido à “falta de dinheiro”, referem os serviços de comunicação das Nações Unidas.
No Uganda, onde se enfrenta um “surto de ébola, o ACNUR não consegue adquirir sabonetes e kits de higiene suficientes para ajudar a combater a doença mortal”. No Chade, o “abastecimento de água nos campos foi cortado devido à falta de combustível”. No Líbano, “70 mil famílias de refugiados extremamente vulneráveis não recebem mais a ajuda da rede de segurança da agência”. A situação também é aguda em países como o Bangladesh, Colômbia, Etiópia e República Democrática do Congo.
Dominique Hyde, diretor da Divisão de Relações Externas do ACNUR, refere que “as necessidades estão a aumentar devido a uma confluência de guerra e violência, assim como ‘ventos cruzados’ económicos e geopolíticos”. Segundo o ACNUR, apesar dos doadores, especialmente empresas privadas, fundações e indivíduos, terem contribuído com “níveis recordes de financiamento em 2022, os efeitos em cascata da crise na Ucrânia estão a afetar a sua capacidade de resposta equitativa em todo o mundo”.