A 204.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) chegou ao fim em Fátima esta quinta-feira, 10 de novembro. Nas palavras de abertura do encontro, José Ornelas, presidente da CEP, lamentou a “grave crise socioeconómica por que passam as famílias e instituições, como consequência da pandemia e da guerra na Europa”. No contexto desta problemática, os membros da assembleia manifestaram “forte preocupação pelas grandes dificuldades por que passam as pessoas e famílias, instituições civis e eclesiais, provocadas pela crise atual”.
“A guerra na Ucrânia continua a matar milhares de pessoas e a destroçar famílias e populações, provocando milhões de refugiados. As políticas definidas na Europa e em Portugal são medidas paliativas importantes para responder ao apoio de emergência, mas torna-se imprescindível realizar convergências para concretizar políticas estruturais que permitam mitigar os efeitos da inflação e incentivar o crescimento, tendo como preocupação o combate à pobreza, a diminuição das desigualdades sociais e o bem-estar dos cidadãos, com uma mais justa repartição da riqueza. Nas instituições de solidariedade social, muitas das quais ligadas à Igreja Católica, a crise continua a acentuar-se, colocando em risco a sua sustentabilidade. Na sua atitude de proximidade, as instituições da Igreja continuam a atender situações de extrema necessidade, mas o justo apoio do Estado, que sustenta apenas uma parte limitada do esforço financeiro destas instituições, é imprescindível para que a sua falência não venha agravar a situação de centenas de milhares de pessoas e famílias que delas dependem”, lê-se no comunicado final do encontro.
A assembleia contou com a presença da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica em Portugal (CI), acompanhada do Grupo de Investigação Histórica, para “fazer o ponto da situação do processo de estudo, cujo relatório será divulgado no próximo dia 31 de janeiro”. A assembleia “reafirma a profunda gratidão e o pedido de perdão às vítimas que, na dureza da sua dor, têm dado o seu testemunho ou depoimento, e manifesta o propósito de garantir a tolerância zero quanto aos abusos sexuais de menores e pessoas vulneráveis na Igreja, grave realidade que contradiz a sua identidade e missão”. A assembleia plenária da CEP teve lugar na Cova da Iria, e reuniu os bispos das dioceses de Portugal.