Com cerca de 17 milhões de habitantes, o Camboja é um país de origem, trânsito e destino do tráfico de seres humanos. Não obstante seja proibido, o país enfrenta um grave problema de turismo sexual de menores. Acontece que frequentemente os próprios familiares obrigam as crianças a prostituir-se, entregando-as a grupos de criminalidade organizada. Segundo a UNICEF, organização da Nações Unidas para a proteção da infância, mais de 35 por cento das prostitutas cambojanas são meninas com menos de 16 anos. Este crime abominável envolve os países vizinhos, como Indonésia, China, Tailândia, Taiwan e outros.

O VI Fórum Nacional Inter-Religioso, onde esteve presente o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, dedicou a sua atenção a este problema. Os participantes de diversas confissões religiosas foram unânimes em afirmar a necessidade de unir esforços para combater o tráfico humano. O próprio primeiro-ministro exortou a reforçar a harmonia religiosa como meio para “não usar o Camboja como destino do tráfico de seres humanos”.

E acrescentou: “Uma boa cooperação inter-religiosa no Camboja permitirá o sucesso do combate ao tráfico de seres humanos”. Participaram no evento líderes religiosos, sociólogos, estudantes e funcionários do governo. Recorde-se que 95 por cento da população é budista e os restantes cinco por cento são cristãos, muçulmanos, animistas, bahá’í, hebreus e aderentes do Caodaísmo, uma religião sincrética e monoteísta.

Texto: Elísio Assunção