“Glória a Deus nas alturas e paz na terra…” proclamam os anjos anunciando o nascimento de Jesus (Lc 2,14). Passados mais de dois mil anos, preocupa-nos o facto que não seja ainda este o Natal em que estas palavras proféticas se tornam realidade. São demasiadas as situações de violência e guerra para recordar aqui a desgraçadamente longa lista. No início de novembro passado, em visita ao Barém, o Papa Francisco denunciava o infantilismo da guerra: “Tem-se a impressão de assistir a uma cena dramaticamente infantil: no jardim da humanidade, em vez de cuidar do todo, brincamos com o fogo, com mísseis e bombas, com armas que provocam pranto e morte, cobrindo a casa comum de cinzas e de ódio”.
Temos o tempo litúrgico do advento pela frente. Tempo para recuperar o sonho de paz anunciado pelos profetas e realizado em Jesus Cristo. Eu e nós, como cristãos, que partido tomamos? O dos que deitam mais lenha na fogueira para alimentar pequenas ou grandes guerras? Ou o dos que na simplicidade da vida de cada dia, com gentileza e fraternidade, com amizade e solidariedade, traçam sendas de paz? Seja o nosso desejo e o nosso esforço o de construir a paz, e então será Natal.