Muitos menores que trabalham em plantações de tabaco no Malawi continuam fora da escola, alertam relatores de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que pedem ao governo e a empresas de tabaco daquele país para melhorarem as condições de trabalho dos adultos e assegurarem a proteção dos direitos humanos de todas as pessoas.
Há “mais de 7 mil adultos e 3 mil crianças” a trabalhar em fazendas de tabaco no Malawi, as quais “geralmente estão localizadas em áreas remotas, onde o acesso à assistência e à proteção contra abusos dos direitos trabalhistas é limitado e a ação para prevenir o tráfico de pessoas é fraca”, referem os serviços de comunicação das Nações Unidas, adiantando que o “afastamento das fazendas também tem um impacto negativo no acesso das crianças à educação e às escolas”. Depois da pandemia da covid-19, “mais de 400 mil alunos não retornaram” às aulas.
Os relatores de direitos humanos da ONU denunciam ainda a “discriminação contra as mulheres nas áreas rurais, levando ao fechamento de contratos apenas com homens chefes de família, o que aumenta os riscos de exploração e abuso”. Perante este cenário, os especialistas pedem “monitorização, aplicação e responsabilidade empresarial reforçadas com urgência, para evitar abusos dos direitos humanos e garantir que os códigos de conduta são efetivamente implementados”.