Até à próxima sexta-feira, 20 de janeiro, a cidade suíça de Davos é novamente sede do encontro anual do Fórum Económico Mundial, que este ano se reúne com o lema “Cooperação num mundo fragmentado”. O encontro conta com a presença de cerca de 2.500 Chefes de Estado e de governo, CEO’s de empresas, representantes da sociedade civil, meios de comunicação globais e líderes juvenis oriundos de África, Ásia, Europa, Oriente Médio, América Latina e América do Norte.
O evento é uma ocasião para refletir sobre os problemas existentes no mundo, superar as incertezas e fragilidades detetadas, fomentar soluções para as crises, e enfrentar os desafios globais mais urgentes através da cooperação público-privada. Por ocasião do Fórum Económico Mundial, que iniciou na passada segunda-feira, 16, a ONG Oxfam publicou um novo relatório, intitulado “A desigualdade não conhece crise”, que refere que desde 2020, um por cento da população mais rica já possui 63 por cento da riqueza global.
Segundo o documento, pela primeira vez em 25 anos, a discrepância entre riqueza extrema e pobreza extrema está a crescer. O índice de riqueza dos bilionários aparenta não ter limites, ao mesmo tempo que a população menos abastada se esforça para pagar as suas contas. O relatório indica que mais de 820 milhões de pessoas estão a passar fome. De acordo com o Banco Mundial, é provável que atualmente o mundo esteja a assistir ao maior aumento da desigualdade e pobreza global desde a Segunda Guerra Mundial.
“Esperamos que em Davos, os representantes do governo e os próprios empresários coloquem o problema de como reverter este rumo, começando com um sistema de tributação mais justo”, refere Francesco Petrelli, porta-voz da Oxfam, frisando que “a desigualdade extrema cresceu junto com a riqueza extrema”.
“Se cinco por cento dos maiores ativos fossem tributados à taxa de cinco por cento, poderiam ser obtidos 1700 biliões de dólares: a quantia necessária para combater a pobreza na parte mais pobre do planeta. Desta forma, seria possível cumprir os objetivos da luta contra a pobreza extrema, estabelecidos pela Agenda das Nações Unidas para 2030. A tributação é a maneira mais progressiva e equitativa de reverter o curso de uma desigualdade sempre crescente”, lê-se no portal Vatican News, em referência ao relatório da Oxfam.