Padre Casimiro Torres a celebrar a missa na capela pública dos Missionários da Consolata, quando chegou à comunidade de Águas Santas, depois de sair do hospital, a 20 de outubro de 2022

Casimiro Torres, sacerdote do Instituto Missionário da Consolata (IMC), morreu aos 56 anos de idade, no passado sábado, 14 de janeiro, vítima de doença, depois de ter passado “a maior parte da sua vida religiosa e missionária em África, mais especificamente na Tanzânia”, um “país africano que estava no seu coração”, referiu a congregação religiosa, por ocasião do seu falecimento.

Depois do funeral, que teve lugar segunda-feira, 16, a Missa de Sétimo Dia do padre Casimiro acontece sábado, 21, às 19h00, na comunidade dos Missionários da Consolata em Águas Santas, e domingo, 22, às 08h30, na Igreja de São Mamede do Coronado, paróquia de onde o religioso era natural, e onde também teve lugar o seu funeral, que foi presidido por Gianni Treglia, superior regional dos Missionários da Consolata na Europa, e concelebrado por cerca de 30 padres, entre missionários da Consolata e diocesanos, e um diácono.

“Concedias sempre a vez aos outros”

Com a voz embargada e lágrimas nos olhos,o padre Gianni lembrou o padre Casimiro. “Não eras uma pessoa de muitas palavras, mas mais inclinado a escutar os outros. Nem sequer me lembro de que tenhas alguma vez levantado a voz para gritares ou repreenderes alguém. Bem pelo contrário: eras um homem da presença, da ação, uma pessoa muito prática. Jamais quiseste algo para ti. Concedias sempre a vez aos outros, desde os irmãos que contigo viviam às pessoas que tanto amavas. Dar nas vistas diante de todos e querer ser mais do que todos, nada tinha a ver contigo. Não só serviste os últimos, como te entregaste totalmente, toda a tua vida com eles e para eles, até à última das tuas forças e do teu amor. Fizeste-te último com os últimos, tornando-te num deles”, recordou.

“Era um missionário cheio de humanidade”

A propósito da morte do missionário, Stefano Camerlengo, Superior Geral do IMC, deixou uma mensagem, onde destaca um conjunto de características do missionário. “O padre Casimiro era um missionário inteligente e bom, muito bom. Inteligente, de uma inteligência que vinha da sua paixão pela vida e pela missão. Era, acima de tudo um missionário muito humano, cheio de humanidade verdadeira e autêntica. Na sua missão, nos muitos anos que passou na Tanzânia, fez com que as pessoas percebessem, pelo exemplo e não por palavras, o que significa amar os outros. Era um ponto de referência silencioso, mas presente, uma referência constante para os muitos necessitados e necessidades da comunidade.”

“Nunca sobrecarregou ninguém”

Também Erasto Mgalama, superior regional IMC na Tanzânia, onde o padre Casimiro estava em missão, até ficar doente, deixou as suas palavras. “A sua forma de nos olhar sempre foi positiva, cheia de bondade, por isso ele viu-nos e tratou-nos como santos. À sua maneira, ele também soube viver uma vida de otimismo e paciência. Ele surpreendeu-nos a todos com o seu sorriso e paciência em tempos de sofrimento. Ele nunca sobrecarregou ninguém, nunca resmungou que a sua cruz era demasiado pesada. Ele sempre nos desarmou com o seu sorriso e humor quando o visitávamos no hospital.”