O sofrimento das vítimas da guerra na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, com quem o Papa Francisco teve contacto ao longo de seis dias, estão agora bem presentes nos pensamentos do Sumo Pontífice. “O tema da violência é um tema quotidiano. Acabámos de vê-lo no Sudão do Sul. É doloroso ver como a violência é provocada. Uma das questões é a venda de armas”, disse o Santo Padre aos jornalistas que o acompanharam no voo de regresso entre Juba e Roma, domingo, 5.
O Sumo Pontífice afirmou que os negócios do armamento são “a maior praga do mundo”. “No topo está a venda de armas, e não apenas entre as grandes potências. Também para estas pobres pessoas… semeiam a guerra dentro. É cruel”, lamentou. Francisco referiu que por detrás destes conflitos existem “interesses económicos para explorar a terra, os minerais, a riqueza”, adiantando que “o tribalismo na África não ajuda”. “Cada um tem a sua própria história, existem inimizades antigas, culturas diferentes. Mas também é verdade que se provoca a luta entre as tribos vendendo armas e depois se explora a guerra das tribos. Isto é diabólico. Não consigo pensar noutra palavra”, referiu.
O Papa elogiou a vontade de “seguir em frente” que encontrou na RD Congo e reforçou a denúncia da “exploração” dos recursos no continente africano. “Impressiona, provoca dor o problema do Leste [da RD Congo]. Pude realizar um encontro com vítimas daquela guerra, feridos, amputados, tanta dor, tudo para roubar as riquezas. Isso não é possível, não se pode fazer”, disse, citado pela agência Ecclecia. A viagem do Papa à República Democrática do Congo e Sudão Sul terminou domingo, 5, depois de ter iniciado terça-feira, 31 de janeiro.