Recentemente, durante o voo de regresso a Roma depois da visita à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, o Papa Francisco deu uma entrevista. Alguns cabeçalhos noticiosos sublinharam apenas a sua condenação a qualquer lei que seja contra a homossexualidade. Sem diminuir essa afirmação, pesa-me, porém, que tenham esquecido a premente condenação da guerra e da injustiça de que sofrem as duas nações visitadas.
Há anos sem fim que tantos civis são tratados desumanamente, violados, escravizados, traficados, por um sistema nacional e internacional que fecha os olhos perante o sofrimento, para que se obtenham as matérias-primas necessárias para que o último grito da tecnologia chegue às nossas mãos privilegiadas. Um progresso com as mãos a pingar de sangue. Mas isso é insignificante para tantos…
Os temas da justiça, inclusão e acolhimento são queridos ao Papa Francisco. Não por serem populares, mas pela profunda humanidade, fraternidade e solidariedade próprios de cada cristão que tem no coração os sentimentos de Jesus Cristo – atento, próximo, misericordioso e compassivo. Estamos no tempo da Quaresma, peçamos ao Senhor que nos dê um coração tão humano e universal quanto o seu.