A comunidade humanitária encontra-se a analisar uma intervenção com diversas agências para apoiar o povo do Sudão, depois do ressurgimento da onda de violência no país, no passado dia 15 de abril, informou Abdou Dieng, coordenador humanitário das Nações Unidas naquele país do norte de África. De acordo com o responsável, com apenas duas semanas de ressurgimento de violência, o Sudão ruma para uma “catástrofe total”.
Abdou Dieng lembra que antes da crise, 16 milhões de pessoas estavam já dependentes de ajuda, e que devido à atual onda de violência, 270 mil pessoas podem atravessar as fronteiras em busca de segurança. “Um milhão de habitantes continuam confinados por causa dos combates”, referem os serviços de comunicação das Nações Unidas.
Depois do Programa Mundial de Alimentos (PMA) ter suspendido a sua ação no país, devido à morte de funcionários no passado dia 15 de abril, em Kabkabiya, no norte de Darfur, a organismo anunciou esta segunda-feira, 1 de maio, a retoma dos seus trabalhos, numa altura em que a crise “lança milhões de pessoas na fome”, conforme disse Cindy McCain, diretora-geral daquele organismo. As agências das Nações Unidas afirmam que os confrontos entre os militares do país e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) “podem levar a região a mergulhar numa crise humanitária”.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, incita todas as partes em conflito “a proteger civis e infraestruturas civis, a permitir a passagem segura dos que fogem de ataques, a respeitar os trabalhadores e ativos humanitários, a facilitar as operações de socorro e a respeitar o pessoal médico, de transporte e instalações”.