Cerca de 4,3 milhões de nigerianos correm risco de fome aguda e generalizada, sendo que os estados mais afetados são Borno, Adamawa e Yobe, localizados no nordeste do país, regiões onde a falta de alimentos acontece no período entre as colheitas, e onde a população sofre também com os conflitos armados, referem os serviços de comunicação da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Estima-se que dois milhões de crianças com menos de cinco anos estejam a enfrentar desnutrição e a tendência é de aumento. Cerca de 700 mil menores correm risco de desnutrição severa”, adianta a ONU. Com o propósito de atenuar este problema, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), encontra-se a lançar um “plano de resposta”, que tem como objetivo “evitar a desnutrição aguda entre crianças e ajudar as pessoas na próxima temporada de escassez de alimentos”.
De acordo com o órgão das Nações Unidas, é essencial aumentar o fornecimento de alimentos, produtos terapêuticos e apoio aos meios de subsistência, e caso tal não se concretize, a situação de milhões de pessoas poderá agravar-se ainda mais. Para Jens Laerke, vice-porta-voz do OCHA, quanto mais tempo as famílias ficarem sem assistência, maior será o risco de fome e de morte, e mais pessoas poderão ser forçadas a “estratégias prejudiciais e nocivas de sobrevivência”, de que são exemplo a exploração sexual, venda de bens e trabalho infantil. Este ano, o total de internamentos associados a casos graves de desnutrição nos estados do nordeste da Nigéria foi de quase 4,3 mil entre janeiro e março, o que representa um aumento de 23 por cento em comparação com igual período do ano passado.