Pelo menos 1.073 pessoas morreram e mais de 11,7 mil ficaram feridas no Sudão, dois meses após a eclosão dos confrontos entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF). O conflito no país surgiu numa altura em que a população enfrentava crises ambientais constantes, insegurança alimentar generalizada e desafios económicos que agravavam o já longo deslocamento interno da população e o grande número de refugiados.
As agências da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que existam mais de 1,9 milhão de novos deslocados devido ao conflito. Um dos países vizinhos – o Chade – é o maior destino dos 500 mil sudaneses em fuga do conflito. Há atualmente o receio de que na área de Darfur Ocidental possam dar-se massacres.
O panorama humanitário do Sudão era já considerado “complexo e prolongado” com cerca de 15,8 milhões de pessoas a precisar de ajuda, antes do início dos confrontos. Este número era já o mais alto em dez anos. Com o recente ressurgimento da violência, as pessoas a precisarem de ajuda aumentaram para 24,7 milhões. O aproximar da época de escassez faz prever um agravamento da insegurança alimentar, preveem as agências das Nações Unidas.