No último ano, foram cometidos mais de 27 mil crimes contra crianças em regiões de conflito. Os crimes graves afetaram mais de 18 mil menores: 8,6 mil foram mortos ou mutilados, 7,6 mil foram recrutados e usados em combate e 3,9 mil foram sequestrados, segundo um relatório que inclui países como Etiópia, Moçambique e Ucrânia, e que foi apresentado por Virginia Gamba, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para as crianças e conflitos armados, no Conselho de Segurança da ONU, na última quarta-feira, 5 de julho.
De acordo com o documento citado pelos serviços de comunicação das Nações Unidas, “mais de mil crianças, principalmente meninas, foram violadas, forçadas a casamento ou escravidão sexual, ou agredidas sexualmente”, sendo que “alguns destes casos levaram a morte das vítimas”, conforme referiu Virginia Gamba.
Segundo a responsável, “algumas vítimas são punidas em vez de receber proteção”. Em 2022, 2,5 mil menores foram privados da sua liberdade devido à sua “possível associação” com partes envolvidas em conflitos. Virginia Gamba sublinha que as “crianças detidas são vulnerabilizadas, expostas a mais violações, incluindo tortura e violência sexual e, em alguns casos, foram condenadas à morte”.