O convite do Papa Francisco para uma “Igreja em saída” é a marca predominante do seu pontificado. Uma Igreja missionária, capaz de sair da autorreferencialidade para chegar a todos. A Igreja deve “tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos”, lê-se na exortação apostólica “Evangelii Gaudium”, número 24. Hoje podemos falar de outra expressão, ao estilo de Francisco, em relação ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso – “Religiões em saída”.
Na edição revista FÁTIMA MISSIONÁRIA para os meses de agosto e setembro, apresentamos várias visitas apostólicas e mostramos os rostos dos Papas – Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco. São homens que propuseram os fundamentos para esta visão de “religiões em saída” e convidaram ao diálogo entre religiões, promovendo a paz mundial e a convivência comum. “Hoje precisamos de construtores de paz, não de fabricantes de armas; hoje precisamos de construtores de paz, não de instigadores de conflitos; precisamos de bombeiros, não de incendiários; precisamos de defensores da reconciliação, não de pessoas ameaçadas de destruição”, disse Francisco, numa entrevista ao jornal dos Emirados Árabes Unidos, ‘Al Ittihad’.
Infelizmente, ainda existem muitas perseguições e fundamentalismo religioso que provoca ódio, violências e mortes. O último Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo, apresentado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) revelou que 51,6 por cento da população do planeta vive em países onde há perseguição religiosa. O documento assinalou que alguns governos aplicam leis controversas que discriminam certas comunidades religiosas, sem a reação da comunidade internacional.
As religiões devem apresentar uma “saída” necessária. Todos, cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus, todos os crentes, são chamados a dar o seu contributo, sabendo que o futuro também depende do encontro entre as religiões e as culturas. Todos temos a mesma origem e um só fim último. Uma verdadeira religião não deve ser um problema, mas deve fazer parte da solução. A nossa tarefa é transformar o sentido religioso em ações concretas, cultivando relações de proximidade, solidariedade, justiça e paz. Esta saída religiosa, deve ser baseada nos princípios de diálogo, respeito mútuo e responsabilidade.