Oriento a Comissão de Acolhimento e Preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para os grupos de jovens que, oriundos de vários países, se vão juntar ao grupo dos Missionários da Consolata em Portugal, formado por jovens de Fátima e Palmeira, município de Braga. Esta será uma JMJ ‘made in Lisboa’ e segundo o estilo do beato José Allamano, fundador dos missionários e missionárias da Consolata. Confesso que os últimos tempos não foram fáceis, porque coordenar vários grupos, oriundos de vários países, é bastante exigente. Por outro lado, tive a possibilidade de conhecer outros missionários e missionárias da Consolata, bem como vários leigos, que são responsáveis por grupos de jovens nos países onde trabalham, sobretudo da América (Norte e Sul), Essuatíni e Itália.
A minha primeira preocupação foi a de conseguir passar a mensagem, ou seja, de conseguir que os vários coordenadores estivessem em sintonia com o que esperamos desta JMJ enquanto ‘Grupo Consolata’, ou seja, viver este acontecimento mundial com o espírito de família que o beato José Allamano sempre incutiu nos seus filhos e filhas, isto é, crescer ainda mais enquanto família missionária, no sermos uns dos outros, vivendo a nossa missão no contexto em que cada um se encontra, mas com a mesma vontade de ‘encarnar’ a consolação que Allamano sonhava para a humanidade.
Durante a preparação para a JMJ, pedimos aos jovens inscritos para responderem a questões ligadas às suas expetativas e à preparação que estavam a levar por diante. Será muito interessante e enriquecedora a partilha a fazer em Fátima, durante as pré-jornadas, e na JMJ em Lisboa, pois não só nos daremos a conhecer, como teremos oportunidade de partilhar como é que cada grupo vive o carisma de Allamano no seu país. Será também uma ocasião para partilhar as preocupações e anseios para o presente e o futuro, sempre no contexto da realidade onde cada grupo está inserido.
Pessoalmente, espero poder ajudar numa reflexão que considero muito importante, não só para os jovens da Consolata, como para todos os que estarão presentes nesta JMJ. É natural que todos se preocupem com o ‘antes’, que inclui a preparação, e o ‘durante’, sobretudo os que nunca estiveram numa JMJ, mas considero ser mais importante o ‘depois’. Ou seja, seria uma pena que muitos regressassem ao seu país sem levarem a mensagem da jornada consigo, na mente e no coração.
Este evento mundial não pode ser somente uma grande festa, que fica depois na memória e nas muitas fotos e vídeos guardados no telemóvel, mas, e acima de tudo, deverá contribuir para renovar e reforçar o ideal cristão e missionário da nossa vocação de batizados. Por outras palavras, espero que o espírito com que muitos viveram a preparação para a JMJ não esmoreça com o ‘durante’, mas se renove no ‘depois’, pois a jornada será efetivamente um sucesso, quando os jovens derem continuidade nas paróquias e grupos a que pertencem, ao espírito que os animou e preparou para este evento.
Tudo isto porque a Igreja precisa de uma revitalização que, mais do que urgente, possa ser eficaz, sentida e gradual, também por parte dos jovens, com mais empenho e participação na vida das comunidades de origem, tornando-se conscientes das necessidades que a Igreja tem e, em sentido mais amplo, que o mundo tem de jovens dedicados. Os jovens devem ser inquietos e protagonistas da missão, esperando que quem os acompanha mude também de postura, ajudando-os a serem sempre mais atores principais e não secundários, na vida e na missão da Igreja.
Texto: Álvaro Pacheco