As instalações dos Missionários da Consolata, em Fátima, acolhem ao longo desta semana mais uma edição do Curso de Missiologia. Além de portugueses, a formação conta com participantes naturais de países como Angola, Brasil, Timor-Leste, Índia, Moçambique, Indonésia, Canadá e Madagáscar. Entre os formadores do curso estão três bispos – António Couto, José Cordeiro e Antonino Dias. Há ainda a contribuição de Pedro Lage Correia, investigador integrado do Centro de História da Universidade de Lisboa, e Alexandre Duarte, teólogo.
Diana de Vallescar Palanca, doutora em Filosofia e investigadora na área de interculturalidade e diálogo inter-religioso, foi a oradora desta quarta-feira, 23 de agosto. A profissional fez uma intervenção dedicada ao tema “Interculturalidade e missão”, e fez referência ao livro bíblico de Génesis, para mostrar que a diversidade está presente desde o início.
“No princípio, existia a diversidade. Deus criou a diversidade – terrestre, cósmica e humana – em pé de igualdade. Deus não disse ao dia que devia ter 48 horas, e à noite que devia ter quatro horas. Colocou-os em pé de igualdade, com estatuto de dignidade. No princípio, havia a diversidade, portanto, temos de começar esta tarefa importante a nível mental, e começar a pensar de forma diferente, porque nós agimos consoante pensamos”, disse a docente, deixando um apelo ao grupo.
“Temos de pensar em abrirmo-nos e descobrir como é que a diversidade se mostra em todos os ‘cantos’ da nossa vida. A diversidade, para Deus, foi muito boa, e foi abençoada. Comecemos hoje a abençoar a diversidade e a sairmos de um esquema que se difunde por todos os lados, que refere que a diversidade é um problema, um conflito, uma dificuldade. Não! A diversidade tem esses componentes, mas não é unicamente isso”, sublinhou a profissional. O Curso de Missiologia prossegue até sábado, 26 de agosto, depois de ter iniciado na passada segunda-feira, dia 21, com o tema “Corações ardentes, pés ao caminho”.