Este ano, o Dia Mundial das Missões é celebrado neste domingo, 22 de outubro, com o tema “Corações ardentes, pés ao caminho”, um lema escolhido pelo Papa Francisco, e que é inspirado na história dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35).
Corações que ardem
A vida de cada pessoa pode girar em torno de Cristo e da Boa Nova que Ele trouxe. O que está no centro da vida de cada missionário é servir. Os missionários tornam-se como fermento na massa entre a vida das pessoas. Eles trabalham para servir com amor. Seguir Jesus significa comprometermo-nos no serviço e amor de Cristo. Este é o amor que arde nos corações dos grandes missionários da Igreja, como São Paulo, São Francisco Xavier ou a beata Irene Stefani.
Olhando os grandes missionários da nossa Igreja, cada um de nós deve perguntar-se: O que é que deu origem a tanto zelo? O que é que eles tinham dentro deles que lhes permitiu querer desesperadamente dedicar as suas vidas às missões e viver durante anos em circunstâncias tão desconfortáveis e árduas, sabendo que provavelmente morreriam em extremo tormento?
Estes missionários deixaram uma vida de relativo conforto, para irem para África, Ásia e para as Américas. Passaram dias sem comer. Arriscaram-se a ser capturados e torturados. Sabiam que as suas vidas poderiam ter um desfecho abrupto. Foi esse amor de Cristo pela missão e pelo serviço à humanidade que os dominou, e foi por esse amor que conheceram a verdadeira felicidade.
Pés que caminham
Tal como os discípulos, também nós somos convidados a deixar-nos seduzir e despertar por aquilo que é mais belo dentro de nós. Somos desafiados a deixar a palavra de Deus fazer mudanças nas nossas vidas, para construir um mundo melhor. É isto que significa colocarmos os “pés ao caminho”, indo ao encontro dos nossos irmãos, e deixando-nos encontrar pelo Ressuscitado. Essa missão pode ser assumida quando a amizade e a confiança forem alicerçadas na certeza da ressurreição de Jesus.
Precisamos de abrir os olhos da fé para ver Cristo, o nosso grande amigo que nos chama. Cada jovem deve deixar Cristo guiar o seu caminho, especialmente o da vocação, porque nisto Jesus nunca ficou confuso ou hesitante. Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham abundância” (João 10,10). Disse ainda: “Ele enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres; a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor” (Lucas 4,18-19).
Jesus tinha clareza na sua missão e os jovens devem procurar que Cristo os guie, os provoque, e lhes abra os olhos, para que consigam ter a clareza da sua missão e vocação. Como os discípulos de Emaús, os jovens precisam de colocar os “pés ao caminho”, e levar a Boa Nova aos outros. Cada um de nós é missionário e missionária a partir do batismo. Portanto, cada um de nós está comprometido com essa missão de pregar Jesus crucificado. As palavras de Pedro podem ser uma fonte de inspiração – “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!” (Atos 3,6). Cada jovem é chamado a ser missionário. A escola é um grande território missionário, e o local de trabalho também.
Texto: Nicolas Betino