Francisco nasceu em 1978, estudou Artes Plásticas nas Caldas da Rainha, fez uma pós-graduação na Escola Maumaus, em Lisboa, e o mestrado em Nova Iorque. O artista natural de Lisboa considera-se um pintor do mundo, que procura estabelecer relações entre as cidades que falam português.
Enquanto artista, como descreve a energia renovável?
Uma energia renovável é sempre o princípio do trabalho, como uma tela em branco. Mas também pode ser a sensação de estar sempre a recomeçar, em ciclo, sempre no princípio. A energia quando se renova ganha uma nova força e permite-nos chegar mais além.
O que sente por levar a arte a um bairro social?
É um prazer muito grande ver qualquer tipo de arte a acontecer, mas a pintura de rua é construtiva e tudo aquilo que constrói é incrível, faz-nos sentir bem, junta-nos e faz-nos perceber que, de facto, podemos fazer coisas boas. Estou mesmo ansioso com os passos todos até chegarmos à composição artística que sonhamos, que é muito bonita e que toca em vários pontos que pareciam estar adormecidos no meu pensamento e na minha maneira de ver a história da arte portuguesa. É mesmo uma tentativa de fazer família, casa, comunidade e proteção.
Como pensa trabalhar o tema das energias renováveis?
Estamos a fazer um estudo de composição artística com azulejos no ateliê. Dá para descobrir a magia do barro antes e depois de ir ao forno. Acredito que são objetos de ponte, de não-fronteira, que é uma situação interessante de pensar quando estou num bairro social, onde há diferentes pessoas que estão na fronteira. Os bairros sociais para mim são fronteiras que devem ser pontes.
Passagem Bíblica sobre o sétimo ODS:
“Examina, pois, se a luz que há em ti não é escuridão. Se todo o teu corpo está iluminado, não tendo parte alguma tenebrosa, todo ele será luminoso, como quando a candeia te ilumina com o seu fulgor” (Lc.11,35-36)
Desafio do ODS 7:
Tapa a panela que estiveres a usar, para reduzir 75 por cento do uso de energia exigida para ferver a água.
Texto: Mário Linhares