A consagração episcopal de Osório Afonso, sacerdote missionário da Consolata, nomeado pelo Papa Francisco como bispo auxiliar de Maputo e bispo titular de Puzia na Numídia, acontece este domingo, 28 de janeiro, no Pavilhão Desportivo do Ferroviário de Namutequeliwa, em Nampula, às 09h00 locais.
O bispo consagrante da cerimónia é Luis Tagle, cardeal filipino e pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Secção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares). Osório Afonso é precisamente, desde 2017, funcionário do Dicastério para a Evangelização – Secção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares.
Osório Afonso tem 51 anos de idade, e nasceu em Ribaue, na província de Nampula, no norte de Moçambique. Entre outros cargos, o missionário foi Conselheiro Regional para a República Democrática do Congo, colaborador local da Nunciatura Apostólica de Kinshasa, formador e ecónomo do Seminário Teológico de Kinshasa e formador no Seminário Teológico Internacional de Bravetta, em Itália. O missionário fez a licenciatura em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, realizou Estudos na Universidade Hebraica de Jerusalém e na École Biblique et Archéologique de Jerusalém.
O novo bispo auxiliar de Maputo é também colaborador da revista FÁTIMA MISSIONÁRIA, onde todos os meses escreve na rubrica ‘Espiritualidade’, explicando aos leitores, de uma forma acessível, uma leitura bíblica, e o ano passado escreveu um artigo onde contou que depois de ter estado em missão na República Democrática do Congo e em Itália, em 2017 foi chamado a fazer parte da grande família da então Congregação para Evangelização dos Povos – a Propaganda Fide – hoje chamada Dicastério para a Evangelização.
“Desde o início da minha colaboração na Propaganda Fide (Propagação da fé, em português), era comum ouvir o cardeal Filoni, então Prefeito da Congregação, dizer – ‘Por detrás dos papéis que passam nas vossas mesas de trabalho há milhares de pessoas’. Esta era uma frase que consolava uma pessoa como eu. Ficar no escritório era impensável para mim, mas o cardeal Filoni tinha-me convencido que a partir de setembro de 2017 começaria a seguir milhares de pessoas das circunscrições eclesiásticas da minha competência: pessoas de África e da América Latina. Não estava, portanto, sozinho pois ‘por detrás dos papéis há milhares de pessoas’”, referia na altura, fazendo de seguida um retrato do trabalho envolvente.
“Todos os dias o Dicastério recebe vários relatórios dos núncios apostólicos, conferências episcopais, dioceses e outros organismos, que descrevem situações acerca das relações Igreja-Estado, evangelização, pastoral, inculturação, formação, administração, perfil das Igrejas, disposições para os bispos, casos especiais, e é através destes relatórios que se pode acompanhar a vida das várias e numerosas igrejas particulares. Este compromisso é uma escola onde aprendo a conhecer e a amar a minha igreja missionária. Nos nossos encontros semanais temos a oportunidade de conhecer também a situação daquelas igrejas, e assim podemos ter uma visão completa da nossa igreja missionária”, refere, dando mais detalhes sobre o seu trabalho.
“Com o estudo da documentação recebida ajudamos o Santo Padre para decidir sobre a criação, modificação, supressão de circunscrições eclesiásticas e verificamos as necessidades dessas Igrejas. Podemos também acompanhar a formação do clero diocesano, a vida religiosa consagrada, o apostolado dos catequistas, e, finalmente, alguns de nós verificam a disciplina do clero e a vida consagrada na igreja missionária. No tempo que me resta depois deste trabalho gratificante no ministério, dedico-me às obras às quais decidi consagrar-me quando escolhi entrar no Instituto Missionário da Consolata. Visito paróquias e famílias e acompanho espiritualmente os sacerdotes e religiosas dos colégios da Propaganda Fide com retiros, exercícios espirituais e confissões”, concretiza.