A segunda Conferência da Região Europeia dos Missionários da Consolata terminou em Fátima este sábado, 27 de janeiro. Deste encontro resulta um documento onde são apresentadas um conjunto de propostas para os próximos seis anos. Uma delas passa pela construção de “paróquias em saída, onde haja atenção aos que estão ‘fora’ do rebanho, aos não praticantes, aos esquecidos, aos que estão à margem”, havendo especial dedicação às pessoas que vivem nos “subúrbios geográficos e existenciais”, trabalhando com “proximidade e escuta” com a comunidade envolvente.
Ao lados dos marginalizados
No futuro como no passado, os Missionários da Consolata reafirmam a sua “opção preferencial pelos pobres”. “Esta escolha de consolação corresponde também à necessidade atual de ser uma Igreja próxima do povo, com o povo, tomando pacificamente o lado dos últimos e dos marginalizados. A consolação é uma das características de sermos Missionários da Consolata, o que se torna estilo de vida e projeto missionário da comunidade”, refere a congregação, destacando também que as suas comunidades “precisam de estar abertas, dispostas a acolher, superando qualquer tipo de preconceito”.
“Cada comunidade local é chamada a identificar os tipos de pobreza que estão presentes no seu próprio contexto e a incluí-los no projeto missionário. [É também necessário] reconhecer quem faz o bem no mundo eclesial e civil para criar uma rede, para colaborar, e utilizar todas as ferramentas que conhecemos na nossa pastoral com os pobres. Devemos construir comunidades capazes de ouvir, mas também de acompanhar as pessoas”, desejam os missionários.
Aprender com os jovens
Além dos pobres e marginalizados, os jovens também estiveram em foco durante a conferência, com os Missionários da Consolata a afirmar que é necessário “levar a sério a evangelização dos jovens, com a consciência de que eles são a sociedade e a Igreja de amanhã”. Os missionários destacam que há a “necessidade de conhecer, estar, crescer e aprender juntamente com os jovens”.
“Precisamos de repensar não só a linguagem, mas também um estilo e ferramentas para trabalhar com os jovens. Como estamos preparados para nos enquadrarmos, por exemplo, no mundo universitário? Não chegou a hora de considerar isso uma prioridade?”, questionam os missionários, que também reconhecem que a sua formação não pode ser descurada. “O objetivo da formação contínua deve ser o da normalidade, isto é, que cada missionário seja um homem serenamente, cristão, feliz, capaz de viver e caminhar com os outros, feliz com quem é. O próprio missionário é o principal responsável pela sua própria formação, através da leitura pessoal, do estudo da realidade em que se encontra, da partilha das propostas que nos chegam das dioceses ou da realidade civil. Devemos reconhecer que precisamos sempre de ajuda e, por isso, ser livres e estar dispostos a deixar-nos ajudar”, referem, apontando depois para diversos aspetos que devem ser tidos em consideração na formação dos missionários.
O processo formativo deve, por exemplo, procurar que os formandos possam “crescer na sensibilidade de estar com os últimos, na fronteira, capazes de ‘sujar as mãos’, de trabalhar em conjunto com as pessoas e valorizar as competências dos leigos”. “Os nossos jovens seminaristas, como os jovens de hoje, são filhos do digital. É necessária atenção e educação no uso das ferramentas digitais, bem como a capacidade de utilizá-las para que se tornem verdadeiras ferramentas de comunicação e evangelização”, referem. A segunda Conferência da Região Europeia dos Missionários decorreu na casa dos Missionários da Consolata em Fátima, desde a passada segunda-feira, dia 22 de janeiro, e juntou 51 participantes, entre os quais estiveram sacerdotes, uma religiosa Missionária da Consolata e dois leigos da congregação.