Os abrigos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) “estão agora quatro vezes acima da capacidade”, refere a organização, salientando que “simplesmente não há comida suficiente”, com pessoas a fazer fila à chuva e ao frio na tentativa de obterem algum tipo de apoios.
Segundo Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, atualmente, mais de 2 milhões de pessoas em Gaza dependem desta agência da ONU para a sua sobrevivência, mas a operação humanitária “está em colapso”. Cerca de três mil funcionários da UNRWA continuam a trabalhar numa zona de guerra, na Faixa de Gaza, administrando abrigos para mais de 1 milhão de pessoas, e fornecendo alimentos e cuidados de saúde.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), há também relatos de palestinianos a fugir para Rafah, no sul da Faixa de Gaza, a qual “já está superlotada, apesar da falta de uma passagem segura”. Martin Griffiths, subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários da ONU, refere que “o povo de Gaza tem suportado horrores e privações impensáveis há meses” e que “as necessidades nunca foram tão altas”. Para o responsável, a “capacidade da organização de prestar ajuda também nunca esteve sob tamanha ameaça”.
Os serviços de comunicação das Nações Unidas referem que os palestinianos na Faixa de Gaza “enfrentam a ameaça iminente de fome, doenças e deslocações após quase quatro meses de bombardeamentos israelitas”. Até o momento, “mais de 26.420 pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro”, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza.