O quinto Congresso Eucarístico Nacional (CEN) inicia em Braga esta sexta-feira, 31 de maio, e prolonga-se até domingo, 2 de junho, sob o tema “Partilhar o pão, alimentar a esperança. ‘Reconheceram-n’O ao partir o Pão’”, no centenário do primeiro CEN. Este grande acontecimento da Igreja que peregrina em Portugal pretende sublinhar a centralidade da Eucaristia e do domingo, o coração do coração da Igreja em oração, para “eucaristizar” a esperança. Na verdade, a Eucaristia é o Santíssimo Sacramento, ou seja, o sacramento da Páscoa. A fé que nasce e renasce da Páscoa faz todo o sentido quando nos torna mais irmãos e cidadãos mais ativos, para se realizar a justiça e a paz, o perdão e o amor.
Até agora, celebraram-se quatro congressos eucarísticos nacionais – três em Braga, em 1924, 1974 e em 1999, e um em Fátima, em 2016. Em Braga, no primeiro Congresso Eucarístico Nacional cruzaram-se muitas vidas de santidade, cujos processos de canonização estão em curso. É o caso da beata Alexandrina Costa, frei Bernardo de Vasconcelos, padre Abílio Correia, Alzira Sobrinho (Irmã São João, Serva Franciscana Reparadora de Jesus Sacramentado), Manuel da Conceição Santos (arcebispo de Évora) e João de Oliveira Matos (bispo da Guarda).
Além do quinto Congresso Eucarístico Nacional, as dioceses em Portugal mobilizam-se também para o 53.º Congresso Eucarístico Internacional, a realizar de 8 a 15 de setembro de 2024, em Quito, no Equador, à luz do tema “Fraternidade para curar o mundo ‘todos vós sois irmãos’”. Todas as comunidades são convidadas à oração, formação e celebração. Cada cristão e cada comunidade são convocados a rezar pelo bom êxito dos congressos eucarísticos, seja através da oração pela preparação do congresso, seja na oração universal dominical com a introdução das preces publicadas online.
De facto, e como disse o Papa Francisco, “apenas na adoração, só diante do Senhor, é que recuperamos o gosto e a paixão pela evangelização. E, curiosamente, perdemos a oração de adoração; e todos, sacerdotes, bispos, consagradas, consagrados têm de a recuperar: recuperar aquele permanecer em silêncio diante do Senhor”.
Em Emaús, no dia de Páscoa, os discípulos reconheceram Jesus ressuscitado ao partir do pão. Só à luz da Páscoa podemos celebrar e viver a Eucaristia. A partir da Eucaristia, a Igreja faz-se sinodal, samaritana e missionária. O partir do pão é o próprio Cristo que é partido no pão da Eucaristia, da caridade, no encontro com os pobres, os mais vulneráveis, mais frágeis, com todas as necessidades do mundo em que vivemos para que tenhamos este sentido de plenitude e sejamos capazes, à luz das Escrituras, de reconhecê-los em todas as pessoas e situações da comunidade neste tempo tão delicado.
Texto: José Manuel Cordeiro, Arcebispo Metropolita de Braga