Cerca de 200 mil fiéis encheram o recinto do Santuário de Fátima na manhã desta segunda-feira, 13 de maio, no âmbito da primeira grande peregrinação internacional aniversária do ano. A chuva que se fez cair em Fátima levou os peregrinos a abrir os chapéus-de-chuva, e levou também José Omella, arcebispo de Barcelona e presidente das celebrações, a deixar de lado a sua longa homilia em papel, e a falar aos fiéis de forma improvisada, de forma reduzir o tempo da celebração.
O prelado começou por dizer que durante a procissão de entrada da Eucaristia, que contou com a presença do andor com a imagem de Nossa Senhora, viu “muita gente a chorar”, e, por isso sentiu-se “emocionado”. Depois, pediu aos peregrinos para “não perderem o costume cristão da oração, de forma individual e comunitária”, e disse que a “oração mais profunda é o Pai-Nosso”, onde se “pede por todo o mundo e pela conversão”.
O arcebispo pediu aos fiéis para rezarem pela paz em todo o mundo. “Rezemos pela paz no mundo: na Ucrânia, Rússia, na Terra Santa, na África, na América, na Ásia, quantos países precisam e reclamam a paz”, referiu. Omella convidou os fiéis a serem “missionários no mundo”, e a serem meios facilitadores da concórdia. “Vivam unidos, em fraternidade, e sejam portadores da paz no mundo”, apelou. “O que Nossa Senhora pede hoje é a paz no mundo, rezar pela paz. Quantos países estão em guerra, quantas famílias estão em guerra! Quantos corações estão divididos, em guerra. Peçamos a paz”, reforçou.
No final da celebração, José Ornelas, bispo na diocese de Leiria-Fátima, dirigiu palavras de ânimo às crianças presentes nas cerimónias, e lembrou também as vítimas das cheias no Brasil, assim como as crianças e suas mães mortas em Gaza. O bispo manifestou ainda a sua grande preocupação pelo impedimento à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. “Paz para a terra de Jesus – a Palestina. Mais de 35 mil pessoas já perderam a vida e a maioria, escândalo, dos escândalos, a maioria crianças. E o pior de tudo, que não se pode admitir, é proibir que chegue a ajuda alimentar necessária para mais de um milhão de pessoas que estão a morrer de fome. É inconcebível para o coração de Deus, mas é inconcebível para um coração humano que isto esteja a acontecer no nosso mundo”, disse o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Entre os fiéis presentes no recinto de oração, estão 186 grupos de peregrinos – 92 de Portugal, e 94 do estrangeiro – segundo os serviços de comunicação do santuário. As cerimónias no recinto de oração foram acompanhadas por peregrinos de países como Brasil, Cabo Verde, China, Costa do Marfim, Estados Unidos da América, Índia, Indonésia, Senegal, Timor-Leste e Ucrânia. Entre os grupos portugueses, o maior deles é constituído por 370 peregrinos que partiram a pé de Travanca, diocese do Porto, rumo à Cova da Iria.