“Organizar uma `Aldeia da Esperança´, dirigida aos jovens, em formato de acampamento, seguindo o modelo de Taizé, a decorrer no verão, de preferência na ilha de São Jorge, no Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira”: eis uma das várias propostas feitas pelo Conselho Pastoral Diocesano de Angra – reunido em Ponta Delgada entre os dias 8 e 10 de junho – que irá passar do papel à prática.
Com vista à celebração do Jubileu da Esperança, convocado pelo Papa Francisco para 2025, o Conselho sugeriu ao bispo Armando Esteves Domingues não apenas esta, mas “uma série de ações pastorais a celebrar todos os meses e em todas as ilhas, que evoquem o sentido da esperança cristã”, nomeadamente ” a criação de Itinerários Jubilares em todas as ilhas, com lugares definidos para peregrinações e romarias, especialmente de jovens, que evoquem a esperança e a paz, numa dinâmica de Ecologia Integral”, pode ler-se no comunicado final do encontro.
Participaram na reunião 43 conselheiros, na grande maioria leigos de todas as ilhas e áreas da pastoral diocesana, assim como quatro observadores, convidados pelo bispo diocesano. Os participantes concordaram por “unanimidade” em estimular uma “Igreja em saída missionária e hospital de campanha”, promovendo uma “pastoral do convite pessoal a leigos para projetos concretos da Igreja”.
O Conselho insistiu na importância de medidas concretas que “recuperem o dinamismo comunitário, incentivando a realização de retiros, espaços de aprofundamento espiritual, grupos de oração e reflexão, que envolvam especialmente os jovens e as famílias, de modo a promover a paixão por Jesus Cristo, centro de toda a ação da Igreja”.
Sem esquecer “a necessidade de uma `Igreja Samaritana´ nos Açores”, que seja “casa de proximidade, hospitalidade e empenho na pastoral sócio-caritativa e na pastoral do acolhimento de pessoas em situação de pobreza, de exclusão social, de vulnerabilidade, com deficiência, em situação de migrantes, em condição de sem-abrigo, entre outros”, o Conselho Pastoral lembrou ainda que “a Igreja está inserida no mundo e também é mundo”. Nesse sentido, propôs “o incremento de estruturas de diálogo com a Cultura, com a Economia, a Política, a sociedade em geral, de modo a que, a Igreja não chegue tarde e com respostas sempre negativas aos desafios e contradições que o mundo lhe coloca”.
Os trabalhos do encontro desenvolveram-se de “forma sinodal”, à semelhança do modelo experimentado pelo Papa Francisco na XVI Assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade, isto é, “sem uma presidência formal, com seis grupos formados, desde o início ao fim, onde se debateram os temas propostos”. Uma estratégia que “revelou ser uma forma mais ágil e próxima de conduzir os trabalhos”, concluiu o Conselho Pastoral Diocesano de Angra.
Texto redigido por Clara Raimundo/jornal 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária