A Cruz Vermelha Portuguesa decidiu lançar uma campanha para alertar para o aumento das pessoas que vivem em situação de sem-abrigo. A ação de sensibilização encontra-se presente nas cidades através de uma rede de mupis, publicidade digital e também anúncios de imprensa.

A campanha apresenta uma fotografia onde são visíveis tendas numa rua, e a mensagem – “Quando os festivais acabam, nem todos deixam o acampamento.” Desta forma, a organização humanitária explica que pretende mostrar o “contraste entre quem pode escolher acampar e usufruir dos festivais de verão e quem o faz todo o ano, devido ao agravamento da sua situação social e condições de vida”.

A iniciativa é também um meio para apelar a donativos, que deverão contribuir para “robustecer a capacidade de resposta da Cruz Vermelha Portuguesa que, em dez estruturas locais, apoiou perto de 2 mil pessoas em 2023”. António Saraiva, presidente nacional da CVP, alerta em comunicado para o drama que a campanha ilustra. “O aumento no número de pessoas em situação de sem-abrigo apoiadas pela Cruz Vermelha Portuguesa demonstra que esta é uma realidade que está a crescer nas ruas do nosso país, nomeadamente com os custos com habitação e outras despesas. Só com o incremento da capacidade de resposta conseguiremos acolher e ajudar a autonomizar e reintegrar mais pessoas”, refere o responsável.

A campanha resulta da criatividade da ComOn. Ricardo Lourenço, diretor criativo desta agência, explica que o “choque de realidades” apresentado na campanha “serve como pano de fundo” para mostrar que “da comunidade de pessoas em situação de sem-abrigo à comunidade festivaleira vai uma longa distância e é importante não passar ao lado desta situação cada vez mais alarmante”.

No âmbito do lançamento desta campanha, a CVP explica que “no último ano”, registou um “aumento de 80 por cento no número de pessoas apoiadas”. Entre estas, “69 por cento eram homens”. Face a realidades como esta, a CVP dedica-se a fornecer acompanhamento psicossocial de proximidade, apoio alimentar, e abrigo através de “respostas de emergência social e a promoção de autonomia em apartamentos partilhados, como o projeto Housing First”.