Rosalina Dias, Diretora do Centro Juvenil Padre António Vieira em Díli, Timor-Leste

Timor-Leste é um país do Sudeste Asiático com cerca de 1,4 milhões de pessoas, das quais 98 por cento são católicas. A religião católica é um dos pilares fundamentais da nossa identidade timorense, a par da língua portuguesa. Foram os missionários católicos que apoiaram o povo nos momentos mais difíceis da nossa história. Foi a fé que nos deu sempre esperança. É a Igreja Católica que, agora em conjunto com o governo, apoia o povo em várias dimensões do desenvolvimento humano, incluindo na educação e na ação social.

São também a fé e os ensinamentos da religião católica que nos permitem viver em harmonia com outras religiões, tornando o país um exemplo de aceitação e respeito entre o povo. Por isso, a visita de um Papa é sempre muito especial, aguardada com emoção, alegria, esperança e, sobretudo, muita fé. É a segunda vez que Timor-Leste recebe a visita de um Papa. Tal vai acontecer entre os próximos dias 9 e 11 de setembro.

Em 1989, a visita do Papa São João Paulo II foi um marco crucial na história do nosso país, enchendo os nossos corações de esperança, ajudando a que o mundo olhasse para o sofrimento que vivíamos.
A escolha do tema “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” foi muito feliz, pois veio precisamente ao encontro da situação em que então vivíamos. Dez anos depois, a voz do povo foi finalmente ouvida, através do histórico referendo de 1999, de que resultou a escolha pela independência, restaurada depois em 2002.

Agora, nesta era de reconstrução e desenvolvimento, e no ano em que celebramos 25 anos do referendo, o nosso povo tem o privilégio de receber a visita de Sua Santidade o Papa Francisco. De novo, o tema escolhido – “Que a vossa fé seja a vossa cultura” – é de enorme relevância. A fé que se manteve sempre firme nos nossos corações e que nos sustentou nos momentos decisivos, é a mesma fé de que agora precisamos para viver em liberdade e solidariedade uns com os outros.

Esta visita está a ser preparada em conjunto pelo Estado e pela Igreja, de modo a garantir todas as condições de segurança e, paralelamente, o contacto de Sua Santidade o Papa com o povo. A nível pastoral, cada paróquia está a organizar-se para preparar os fiéis, com atividades de formação. Tenho a forte convicção de que a visita será um sucesso a todos os níveis,
e reforçará ainda mais a nossa fé.