Jorge Neves desempenha funções na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na área da educação ambiental. Em entrevista, o profissional aprofunda a importância do 15.º ODS, dedicado à proteção da vida terrestre.
O que é a APA e qual sua relação com o ODS 15?
A APA é um instituto público integrado na administração indireta do Estado, com tutela do Ministério do Ambiente e Energia, tendo como missão a gestão integrada das políticas ambientais e de sustentabilidade. Trabalhamos temas como as alterações climáticas, água e litoral, resíduos, ar, ruído, avaliação do impacto ambiental, economia circular, ou educação ambiental, que cooperam para a implementação do ODS 15. Através da Estratégia Nacional de Educação Ambiental, o nosso país procura agregar prioridades e partilhar recursos em três eixos temáticos: descarbonizar a sociedade, tornar a economia circular e valorizar o território.
Para os moradores do Bairro do Zambujal, a presença da APA naquele território é vista como muito positiva. Para vocês, como é estar integrado neste bairro?
É muito gratificante. Lembra-me a assunção do princípio máximo para a dignidade humana contida na Carta Fundamental dos Direitos Humanos de 1948 – “Todos diferentes, todos iguais” – onde o diálogo e o respeito são o ponto de partida para a construção de relações entre as diferentes culturas que devemos capacitar e promover. A interação com a população do bairro contribuiu, sem dúvida, para uma melhoria das nossas competências sociais quotidianas. Podemos ter a oportunidade de saborear diferentes cozinhas sem precisar de viajar para um determinado país, escutar uma orquestra sem ir a uma sala de espetáculos, ou ver uma exposição de pintura sem estar num museu. Uma experiência quase onírica.
Qual o potencial transformador que vê no projeto ‘Zambujal 360’?
O ‘Zambujal 360’ tem como objetivo criar o primeiro bairro social do mundo embaixador dos ODS. Promove o comércio local, e a educação para e pela saúde, através da galeria de arte urbana sobre os 17 ODS. Promove ainda um conjunto de comportamentos ecológicos responsáveis, sob o lema “Pensar global para agir localmente”, alinhado com os principais documentos estratégicos nacionais e internacionais em matéria de ambiente e desenvolvimento sustentável.
Texto: Mário Linhares