Os 53 formandos do Curso de Missiologia viveram um momento cultural no Consolata Museu, um espaço museológico dos Missionários da Consolata em Fátima, na noite da última terça-feira, 27 de agosto. A iniciativa foi uma ocasião de convívio entre os participantes, conforme destacou Simão Pedro, sacerdote Missionário da Consolata e um dos orientadores do curso.
“A noite cultural no Consolata Museu foi mesmo especial. Lindo. Foi bom este convívio entre nós”, destacou o missionário. No museu, os formandos puderam visitar a exposição temporária “A Bíblia”, que reúne obras concebidas para serem visualizadas através do tato, e que por isso pode ser visitada de olhos vendados, tal como descreveu o padre Simão. “Para ver esta exposição, foram-nos vendados os olhos e vimos os quadros com as mãos. Todos pudemos apreciar este momento”, realçou o sacerdote.
Com o subtítulo “Experiências tangíveis”, a exposição reúne um conjunto de obras de arte, criadas por 34 artistas de Itália e de Portugal. A mostra é organizada pelo Consolata Museu, a sua liga de amigos, e por Mattea Micello, apresentadora, historiadora e crítica de arte italiana, que por ocasião da inauguração da exposição, destacou a importância que o tato pode assumir no ambiente artístico.
“Se uma obra é sentida com o tato e não com os olhos, é uma experiência sensorial diferente, mas não menos válida ou significativa. O tato é um sentido que nos permite perceber as formas, tamanhos, superfícies, temperaturas e consistências dos objetos, e reconhecer suas características físicas e materiais. O tato é também um sentido que estimula emoções, sensações, memórias e associações mentais, e que cria contacto direto e íntimo com o que é tocado”, disse a especialista, sendo esse o motivo pelo qual a exposição é “visitada com os olhos vendados”.
“Não há anúncio sem denúncia”
O curso prosseguiu esta quarta-feira, 28 de agosto, sob orientação de Cátia Tuna, doutora em história, professora no ensino superior, compositora e cantora. A intervenção da especialista foi subordinada ao tema “Estética e comunicação da fé”. Perante uma assembleia que conta com um grande número de religiosos, de diferentes congregações, Cátia Tuna manifestou a sua admiração pelo trabalho levado a cabo pelos missionários.
“Vocês são pessoas extraordinárias. Eu estou aqui [como oradora], mas quem vos admira sou eu. Admiro-vos profundamente. Vocês têm uma coragem extraordinária e são muito discretos”, disse a especialista, fazendo depois referência àquele que considera ser o trabalho dos missionários. “O missionário, do meu ponto de vista, é aquele que anuncia, mas é aquele também que denuncia. Não há anúncio sem denúncia, porque amar é proteger do mal. Quem ama protege”, sublinhou. O Curso de Missiologia está a decorrer com o tema “Ide e convidai a todos para o banquete” até ao próximo sábado, dia 31 de agosto.