Procurar sem medo é o lema da campanha que a Amnistia Internacional lançou na passada quinta-feira, 29 de agosto, Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, com especial incidência nos países do continente americano. No comunicado enviado à redação do 7Margens, aquela organização sublinha que “os esforços das mulheres que procuram familiares desaparecidos surgem na sequência do incumprimento, por parte dos Estados, das suas obrigações na investigação dos casos de pessoas desaparecidas”.
A Amnistia Internacional (AI) recorda que “o trabalho de procura de familiares desaparecidos é maioritariamente liderado por mulheres, que suportam riscos, ataques e dificuldades económicas e de saúde enquanto realizam estas diligências” e, por isso, “apela aos Estados para que intervenham com diligência e com abordagens diferenciadas e sensíveis ao género face às violações dos direitos humanos enfrentadas por estas mulheres”.
“Nas Américas, refere o comunicado da AI, discordar das políticas governamentais, manifestar-se para reivindicar direitos, viver numa zona de conflito armado ou onde existe crime organizado, migrar sem os documentos exigidos pelos países de trânsito e de destino, são algumas das razões utilizadas para justificar o indesculpável: que a liberdade de uma pessoa seja restringida e o seu paradeiro escondido da família e dos entes queridos”.
Tomando como exemplo a situação dos desaparecidos no México e na Colômbia, a AI lembra os cerca de 210.000 desaparecidos referidos no relatório final de 2022 apresentado pela Comissão para o Esclarecimento da Verdade, Coexistência e Não Repetição sobre a situação na Colômbia e as 115.496 pessoas desaparecidas e não localizadas no México, de acordo com os dados relativos aos anos entre 1952 e 2024 recentemente publicados pelo Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas e Desconhecidas mexicano.
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.