Com o propósito de superar a discriminação baseada em critérios de idade, especialmente em relação às pessoas mais velhas, foi lançada, no início deste mês de setembro, a campanha nacional “Original. Sem Botox”, que já se encontra a ser difundida nos média, redes socias, tertúlias, debates e outras atividades.
As mulheres que dão o rosto à campanha são utentes da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e envergam sacos coloridos com as mensagens – “Original. Sem Botox”, “Amo as minhas rugas” e “Cabelos brancos são um orgulho”. Cada um destes kits contém no seu interior um espelho, um postal, autocolantes e uma amostra de protetor solar. Os lucros obtidos com a venda dos kits serão encaminhados para a Associação Cabelos Brancos, promotora da campanha, e vão ser usados para financiar futuras ações de sensibilização e educação sobre o idadismo.
Entre as mulheres que são a imagem da campanha estão duas utentes e uma colaboradora do Centro Intergeracional Ferreira Borges, uma estrutura da SCML, que através dos seus serviços de comunicação destaca que a campanha tem o propósito de mostrar que a beleza “não é perfeita, não tem idade e não deve obedecer a ideais estereotipados”.
“Maria José Raposo, de 86 anos, e Maria Amália Baptista, de 83 anos, são duas das quatro protagonistas da campanha de combate ao idadismo e de empoderamento de beleza natural. Com cabelos grisalhos, sem aplicações de botox e orgulhosas das rugas que exibem no rosto, as duas utentes do Centro Intergeracional Ferreira Borges (CIFB) dão a cara na luta ao combate ao idadismo e à discriminação relativamente às pessoas de idade, defendendo a beleza natural das marcas do tempo em alternativa à pressão da sociedade e da indústria cosmética para a manutenção da juventude eterna”, sublinha a SCML.
A sessão fotográfica para a campanha decorreu em agosto, no Jardim da Parada, em Campo de Ourique. Este momento foi descrito pelas utentes “como uma experiência incrível, onde todas se sentiram umas verdadeiras estrelas”, disse Isabel Araújo, diretora do CIFB, acrescentando que “todos paravam para ver o que estava a acontecer”. A ligação entre o CIFB e a Associação Cabelos Brancos existe desde 2023.