“Tende coragem: eu venci o mundo!”. O versículo do Evangelho de João foi o escolhido pelo Papa Francisco como mote para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Seul 2027. O logotipo, apresentado juntamente com o tema na última terça-feira, 24 de setembro, pretende representar essa vitória e inspirar os jovens sul coreanos neste caminho até à JMJ, que arranca oficialmente no próximo dia 24 de novembro, com a entrega dos símbolos – a Cruz dos Jovens e o ícone de Maria Salus Populi Romani – por um grupo de jovens portugueses em Roma.
O tema escolhido para a JMJ Seul 2027 será também o tema da Jornada Mundial da Juventude diocesana em 2026. Para a edição de 2025, o Papa definiu o versículo “Vós também dareis testemunho, porque estais comigo” (João 15,27) como inspiração. Ambos os temas, explicou o cardeal Kevin Farrell (prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida) durante uma conferência de imprensa, estão relacionados com o “discurso de despedida de Jesus”, que visa preparar os seus discípulos para vivenciar o mistério da sua paixão, morte e ressurreição. “Esses temas refletem o testemunho e a coragem derivados da vitória Pascal de Cristo”, afirmou Farrell.
A Paul Kyung Sang Lee, bispo auxiliar de Seul e coordenador-geral da JMJ Seul 2027, coube a apresentação do logotipo. Ao centro, uma cruz em tons de vermelho e azul representa a vitória de Jesus sobre o mundo. O vermelho evoca o sangue dos mártires e simboliza a coragem, enquanto o azul reflete a vitalidade dos jovens e o chamamento de Deus. Esses elementos remetem para o símbolo Taegeuk, presente na bandeira sul-coreana. A cor amarela, que brilha ao fundo da cruz, representa Jesus como “a luz do mundo”, e é uma metáfora do sol nascente que guia a Igreja na sua busca por unidade. O logotipo incorpora ainda caracteres da escrita coreana, o hangul, que formam a palavra “Seul”.
Durante a conferência de imprensa, o cardeal Farrell anunciou também que a peregrinação dos símbolos da JMJ terá início no próximo dia 24 de novembro, data da festa litúrgica de Cristo Rei do Universo. Na ocasião, durante uma missa na Basílica de São Pedro presidida pelo Papa, os símbolos serão entregues aos jovens coreanos, marcando o início das atividades espirituais em preparação para o evento em Seul.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz da JMJ foi confiada por João Paulo II aos jovens católicos, no final do Ano Santo da Redenção em 1984. “Este aspeto assume um significado especial este ano, devido à aproximação do Jubileu [2025]”, assinalou o cardeal Farrell.
“O nosso desejo é que muitos jovens, mesmo aqueles que nunca participaram numa JMJ, percorram um caminho durante os próximos três anos – sobretudo um caminho interior – e se encontrem na Ásia juntamente com o sucessor de Pedro, e que todos juntos deem um corajoso testemunho de Cristo”, apelou o colaborador do Papa.
Um caminho que, na realidade, para alguns já começou. “Desde fevereiro deste ano, lançámos uma campanha dedicada a oferecer mil milhões de terços”, explicou o bispo Paul Kyung Sang Lee. E no verão foi organizada uma conversa-concerto na praça de catedral de Myeondong “para fomentar autênticos diálogos entre os jovens” e assinalar o lançamento da JMJ Seul 2027. “A partir deste outono, celebraremos missas e encontros de jovens em 19 decanatos das nossas dioceses. E em maio do próximo ano, celebraremos um festival da juventude em toda a diocese”, adiantou o responsável, que planeia acompanhar ao Jubileu da Juventude, em Roma, cerca de mil jovens peregrinos da Coreia do Sul.
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.