Bernard Obiero, sacerdote Missionário da Consolata

Tudo aquilo que tem um começo tem um fim. Uma das muitas expressões bíblicas utilizadas na linguagem quotidiana é precisamente – “Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu. Tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço, tempo para calar e tempo para falar…”

A revista de dezembro da FÁTIMA MISSIONÁRIA é a minha última edição enquanto diretor desta publicação. Por agora, e por isso, aqui humildemente me despeço. Escrevo neste espaço que ocupei nos últimos cinco anos, e assim ponho fim a esta ligação. Só posso agradecer por ter tido este imenso privilégio. Reconheço e valorizo as oportunidades que tive, e tenho plena consciência, como é natural, que nem sempre agradei a todos os leitores. Sei que alguns artigos foram mais bem conseguidos do que outros. Algumas das reações que fui recebendo, mostram que através deste trabalho foi possível informar e contribuir para a reflexão e aprofundamento do pensamento cristão e humano, especialmente na nossa sociedade onde os valores cristãos estão a deixar de ser referenciados.

Levo comigo muitas histórias inesquecíveis, muitos laços criados com leitores, e espero que tenha sido possível cativar alguém. Os assinantes da revista são reveladores da qualidade do nosso trabalho. A nossa publicação tem um impacto na vida de milhares de leitores, através dos valores que promove, das várias situações do mundo que partilha e das campanhas de solidariedade que apoia. Nesta edição, por exemplo, apresentamos a campanha ‘Ajude-nos a salvar um refugiado em Marrocos’.

A toda a equipa da redação, aos colaboradores, e parceiros ao longo deste período, agradeço por todo o profissionalismo. Os vossos contributos foram fundamentais. A todos os leitores, agradeço pela confiança e atenção. No meu primeiro editorial, em março de 2020, escrevi que vivemos sob constantes mudanças, onde o individualismo tende a fazer com que a sociedade deixe de ser um espaço de comunhão. Tal como escrevi na altura, continuo a acreditar que precisamos de uma comunidade que promova os autênticos valores humanos e cristãos, onde se viva a caridade e a fraternidade, onde se difunda a solidariedade e onde haja sede e fome de justiça.

Terminando esta fase, ‘passo o testemunho’ ao novo diretor, o padre Álvaro Pacheco. Creio que o meu digno sucessor e a boa equipa da revista continuarão a levar até si informação diversificada, trabalhada com rigor e qualidade, tal como esta publicação tem feito desde janeiro de 1955. Foi sob esses princípios que ‘herdei’ a direção da FÁTIMA MISSIONÁRIA e aqui e agora me despeço. Continuaremos unidos na missão!