O bispo de Setúbal, cardeal Américo Aguiar, apelou na última quarta-feira, 19 de março, à participação política nas “várias eleições que se avizinham: legislativas, autárquicas e presidenciais”. Em todas elas, sublinhou numa nota episcopal publicada no sítio da diocese, “os católicos têm a obrigação de participar”.
Defendendo que “é urgente que os princípios e valores cristãos se vejam de forma clara e assumida na vida dos partidos e dos movimentos políticos”, Américo Aguiar cita o Papa Francisco para recordar que “a política é nobre” e que os católicos devem participar nessa “missão” de “buscar o bem comum”, com “capacidade de intervir, de inovar, de corrigir e fiscalizar”.
O bispo de Setúbal considera também que “urge um debate profundo, sem populismos, em torno do Estatuto dos eleitos, das remunerações, das incompatibilidades, penalizações e defesa”.
E faz um pedido concreto: “não alimentemos nem sejamos promotores de “assassinatos de caráter”, de destruição de pessoas e famílias com base em boatos, denúncias que apenas servem para retirar do caminho os concorrentes adversários… por vezes até dentro da própria estrutura de pertença”.
O líder religioso propõe, em alternativa, que “exijamos saber o que cada candidato pensa, o que propõe, o que quer efetivamente fazer. Exijamos respostas aos problemas reais dos cidadãos e das nossas comunidades”.
Por fim, insiste no apelo: “nunca deleguem nos outros as decisões e as responsabilidades que determinam o presente e o futuro das nossas comunidades, do nosso país e, nos dias de hoje, do próprio continente europeu”.
“Que a Diocese de Setúbal seja um exemplo de cidadania interventiva e responsável. Assim o exigem de um modo particular, os mais pobres, os mais frágeis e dependentes desta nossa terra”, conclui.
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.