Foto: Vatican Media

Após 38 dias de internamento, o Papa Francisco saiu este domingo do hospital Gemelli para continuar a sua recuperação na Casa de Santa Marta, no Vaticano. O Papa apareceu à janela do hospital para saudar a multidão que o esperava, ainda visivelmente limitado no corpo e na voz, agradecendo a todos quantos ali esperavam para o saudar. “Obrigado a todos. E vejo aquela senhora, com as flores amarelas: é corajosa”, disse, nas breves palavras que dirigiu à multidão.

Francisco surgiu em cadeira de rodas, com aparente boa disposição, tendo-se mantido sentado e a respirar autonomamente, com alguma dificuldade. “Neste longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares dos doentes”, escreveu, na reflexão para a oração dominical do ângelus, divulgada pelo Vaticano.

Pelo sexto domingo consecutivo, o texto do ângelus foi divulgado por escrito, às 11h00 de Lisboa, e nele o Papa lamentou o reinício dos “pesados bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, com tantas mortes e feridos”. “Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertos e se alcance um cessar-fogo definitivo. Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional”, apelou, citado pela Ecclesia.

Francisco saúdou, por outro lado, que a Arménia e o Azerbaijão tenham acordado o “texto definitivo do Acordo de Paz”. “Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim, contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso”, deseja.

“Com tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes muito! Eu também rezo por vocês. E juntos imploramos pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo”, concluiu.

Ao Papa espera ainda uma recuperação que os médicos estimem em cerca de dois meses. O cirurgião Sergio Alfari, que coordenou a equipa que trata o Papa no Hospital Gemelli, anunciou este sábado a alta médica, assumindo que, durante esta hospitalização, houve dois episódios críticos, em que o Papa correu “perigo de vida”.

O médico explicou que o Papa deixa o hospital sem “pneumonia bilateral”, ainda que vá precisar de tempo para eliminar completamente todas as infeções polimicrobianas. “É muito importante seguir a recomendação de um período de descanso, em convalescença, de pelo menos dois meses”, declarou Alfari.

Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.