Muito nos ajudariam uns minutos de calma e silêncio, todos os dias, para fugirmos à cacofonia de sons e ao imenso berreiro que de todas as partes da terra inundam o nosso corpo e o nosso Espírito
Muito nos ajudariam uns minutos de calma e silêncio, todos os dias, para fugirmos à cacofonia de sons e ao imenso berreiro que de todas as partes da terra inundam o nosso corpo e o nosso EspíritoQuando eu era garoto, recordo que, ao início de cada ano novo, lia com sofreguidão a primeira página do almanaque Borda d’Água, que se intitulava Juízo do ano. Impressionava-me aquela série de previsões, aliciantes ou preocupantes, sobre os possíveis acontecimentos do ano que ia começar. Este Juízo do ano acabava sempre bem. a conclusão era: Prevemos tudo isto, mas Deus super omnia – Deus está acima de todas as previsões, pois nunca se Ele esquece do universo que criou.
Costuma muita gente tomar decisões sobre a maneira de passar este dom de Deus, que é um novo ano na viagem da vida. E é também sinal de inteligência mostrar que algo se aprendeu com a maneira com que enfrentámos os acontecimentos do ano precedente, e de mudar de rota, se necessário. Lá diziam os antigos: Sapienti est mutare consilium: é próprio da pessoa inteligente arrepiar caminho, acertar as agulhas do comboio da vida.
Vastas vezes, um dos obstáculos ao melhoramento da vida é pensarmos pouco na nossa maneira de viver. São tantos os conselhos e as ordens que recebemos de milhentas fontes que nos esquecemos que um dos maiores dons recebidos do alto é o dom de pensar, de raciocinar, de pesar eventos e consequências, de decidirmos como reagir durante situações menos fáceis.
Dizia um político duma nação europeia, durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Chruchill: O grande pecado das gentes da nossa terra é de pensarem pouco ou nada’ nas situações em que vivemos. Muito nos ajudariam uns minutos de calma e silêncio, todos os dias, tempos de fuga à cacofonia de sons e ao imenso berreiro que de todas as partes da terra inundam o nosso corpo e o nosso espírito praticamente todos os momentos da nossa existência. Fecharmos os olhos para melhor vermos interiormente a verdadeira trama da vida que vivemos, para melhor nos aprendermos. E para nos confrontarmos com o Espírito de Verdade que habita em nós.
aliás, foi assim que se comportou a jovem mulher que O Criador escolheu para Mãe do seu Filho, Maria de Nazaré. Em Génesis, diz-se que adão deu a sua mulher o nome de Eva (hawwa), que quer dizer a vivente (hayya, vida), porque foi ela a mãe de todos os viventes. Depois da partida dos pastores de Belém, diz a Palavra de Deus que Maria de Nazaré, Mãe dos viventes em Cristo, conservava em si todas estas coisas ponderando no seu coração o seu significado.
Um exemplo a imitar, que nos é dado pela Mãe de Deus cuja grande festa celebramos no primeiro dia deste ano, neste novo princípio da nossa vida nova. a todos, um ano Novo cheio de felicidade e de realização pessoal.