«Não temos mais nada a perder», explica um líder indígena. Os Quom pretendem reaver as terras dos seus antepassados e por isso recorrem à greve de fome como sinal de protesto
«Não temos mais nada a perder», explica um líder indígena. Os Quom pretendem reaver as terras dos seus antepassados e por isso recorrem à greve de fome como sinal de protestoCerca de 20 pessoas do grupo indígena Quom, de Formosa, nordeste da argentina, estão em greve de fome, na capital Buenos aires, num gesto de luta pelos seus direitos. Pedem protecção do Estado e exigem que lhes sejam devolvidas as suas terras. 40 pessoas acampam desde Dezembro nas proximidades da sede oficial do governo.
Isto não é novidade e nem é bom para nós, muitos estamos doentes, mas não nos resta outra solução. ainda que seja perigoso, vamos fazê-lo porque não temos mais nada a perder, declarou Félix Díaz, segundo a agência aNSa. O chefe da comunidade La Primavera já tinha iniciado uma greve de fome no início dos protestos [em Dezembro], que acabou por suspender por causa das promessas do governo, que ainda estão por cumprir.
Semelhantes protestos, levados a cabo em Novembro, levaram à morte de um indígena Quom. O grupo indígena bloqueou uma estrada nacional durante quatro meses, o que resultou num conflito com as autoridades e grandes proprietários de Formosa. Os índios acusam-nos de ter incendiado as suas casas. Sem documentos de identidade, os Quom não conseguem aceder a serviços socais.