O belga, arnaud Zajtman, trabalhou como jornalista na República Democrática do Congo, durante dez anos. Conhecedor da história do país, denuncia as falhas da justiça congolesa, num recente trabalho
O belga, arnaud Zajtman, trabalhou como jornalista na República Democrática do Congo, durante dez anos. Conhecedor da história do país, denuncia as falhas da justiça congolesa, num recente trabalhoas injustiças estão na origem de todos os males do povo da República Democrática do Congo, defende o jornalista e realizador de documentários, bem conhecido do público congolês. arnaud Zajtman viveu dez anos no país do centro de África, durante aos quais acompanhou muitos conflitos. Conclui que a guerra, as violências sexuais, as multinacionais que tomam posse dos recursos naturais, e a corrupção das elites congolesas ao mais alto nível não são a verdadeira causa dos males dos congoleses, afirma. São apenas a consequência de uma única causa: a impunidade. Quando a justiça não funciona, os criminosos safam-se e conseguem aceder ao campo político. Passam a desempenhar cargos de responsabilidade, continuando com as suas actividades nefastas sem nunca serem incomodados, explica, segundo o jornal afrik.com.
É essa realidade, a falta de justiça, que o jornalista belga tentou apresentar ao público através de um filme. Interessou-se particularmente pelo assassínio de Laurent Kabila, presidente da República da RD Congo entre 1997 e 2001. Um caso apelidado de Dossier vermelho sobre o qual poucos aceitam falar, mas que suscitava dúvidas ao jornalista. Para o profissional não tinha sido feita justiça e 50 inocentes sofriam na prisão de Makala, em Kinshasa. Numa visita que efectuou ao centro de detenção pode comprovar o drama dos prisioneiros políticos. alguns detidos vivem em condições semelhantes as dos campos de concentração nazis. O documentário, divulgado recentemente, pela televisão belga e francesa contou com o testemunho de um dos prisioneiros que conseguiu escapar da prisão e vive sob a protecção da alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.