Parece cada vez mais complexa a tarefa de vigiar o respeito dos direitos humanos. “Human Rights Watch” no seu relatório anual chama a atenção para a mudança na geografia dos direitos humanos.
Parece cada vez mais complexa a tarefa de vigiar o respeito dos direitos humanos. “Human Rights Watch” no seu relatório anual chama a atenção para a mudança na geografia dos direitos humanos. a “Human Rights Watch” menciona, no seu relatório, 60 países onde são violados os direitos humanos. Realça dois acontecimentos, Darfur e abu Ghraib, já que, na sua opinião, enfraqueceram o sistema mundial de protecção dos direitos humanos.
a nossa memória é limitada, especialmente para situações que são incómodas. Darfur é um bom exemplo da amnésia geral. O Sudão está longe, não há interesses económicos. é fácil catalogar o conflito como genocídio, questão interna, deixada nas mãos da União africana, que não tem a capacidade económica ou militar para tal tarefa. Nas palavras de Kenneth Roth, director da “Human Rights Watch”: Todos parecem ter coisas mais importantes que salvar o povo de Darfur. até onde chega a responsabilidade das nações? Pelos vistos o sentido de responsabilidade necessita de outras motivações…
a questão de abu Ghraib: os abusos cometidos pelas tropas americanas contra os prisioneiros, a falta de julgamentos, as detenções sem justa causa… até que ponto estamos justificados perante uma possível ameaça? afinal a grande ameaça, que o Iraque representava, nunca foi provada. Segundo Roth, o pior é que países responsáveis pela pressão pelo respeito dos direitos humanos agora têm as mãos sujas. Cuba já reclama que os Estados Unidos não têm autoridade moral para acusar.
Uma das grandes questões do presente relatório é o terrorismo. Um problema grave que parece não ter solução fácil. a experiência da história ensina que não é com a força das armas que podemos vencer o terrorismo. as armas só aumentam a capacidade de atracção destes movimentos.
Porque não eliminar as injustiças que muitas vezes estão na origem destes movimentos? Não podemos descer ao nível dos terroristas. Temos, sim, que convidá-los a aprender o respeito pelos direitos humanos.
O primeiro contributo de cada um de nós para promover a luta pelos direitos humanos é informar-se para ajudar a criar uma sensibilização global.