Numa zona semi-árida do Quénia, os alunos da instrução primária estão a exigir que as escolas funcionem aos sábados e domingos, para beneficiarem da alimentação gratuita dos dias de aulas.
Numa zona semi-árida do Quénia, os alunos da instrução primária estão a exigir que as escolas funcionem aos sábados e domingos, para beneficiarem da alimentação gratuita dos dias de aulas. Estou a escrever estas linhas no dia de Páscoa e aproveito para desejar aos leitores Boas Festas e a paz do Ressuscitado!
Um rápido olhar pelos jornais do dia de Páscoa, aqui em Nairobi, faz-me notar que de Páscoa bem pouco se fala e que as questões prementes são de Política e, especialmente, de segurança.
Um pequeno texto do diário “Nation” chamou a minha atenção para o problema da fome que alguns dizem eminente e outros dizem já muito presente.
Diz o artigo que vários milhares de alunos de 331 escolas do ensino primário no distrito de Mwingi pedem ao governo que lhes permita terem aulas não só de segunda a sexta, mas também aos sábados e domingos.
a razão é simples e evidente: nos dias de aula os alunos têm uma refeição gratuita na escola. Nos dias em que não há aulas passa-se fome, porque em casa já não há nada para comer. Nada mais triste para estes alunos do que uns dias de férias, como aconteceu agora pela Páscoa.
as refeições dos dias de aulas estão a ser dadas pelo Programa alimentar Mundial (PaM). Diz o deputado David Musila, que representa o distrito de Mwingi no parlamento: “Os alunos estão desesperados, porque de segunda a sexta são alimentados pelo PaM mas aos fins-de-semana nada comem só porque as escolas estão fechadas”.
é triste que a escola, símbolo da instrução das mentes e dos Espíritos, deva ser vista como tábua de salvação por corpos desnutridos e em perigo de sucumbirem à doença e à fome.