José Marçal, missionário da Consolata, de Cardigos, descreve as dificuldades que os Índios de Maturuca enfrentam, mesmo depois de lhes ser reconhecida a propriedade das suas terras
José Marçal, missionário da Consolata, de Cardigos, descreve as dificuldades que os Índios de Maturuca enfrentam, mesmo depois de lhes ser reconhecida a propriedade das suas terras”acabo de chegar de Maturuca e vim passar uns dias a Boa Vista. O Mário Campos [missionário da Consolata] ficou lá pelas serras, a dar as últimas voltas pelas comunidades. Depois das celebrações de Páscoa, desci à cidade. Vou estar por aqui uma semana em descanso. Lá para o mês de Julho teremos a nossa assembleia provincial. Esperamos que até então alguém queira vir para este campo de missão. Estamos a ficar demasiadamente desfalcados e alguns, ainda por cima, com velocidade retardada como eu”.
“O ambiente das comunidades indígenas é o de sempre: forças políticas a quererem bagunçar, evangélicos a gritar e os indígenas a venderem a alma ao diabo, quando vêem umas notas de real pela frente.com tudo isto, a missão continua. a região das Serras, onde Maturuca se situa é a que continua mais unida e a enfrentar invasores. Neste momento estão a construir um centro de produção precisamente lá onde os políticos querem construir uma das barragens no rio Cotingo. aliás, veio-se a descobrir que estão em projeto várias”.