Manuel Tavares deixou-se fascinar pelas histórias de missão contadas numa publicação que a mãe assinava. Quando terminou a quarta classe já sabia que queria ser missionário
Manuel Tavares deixou-se fascinar pelas histórias de missão contadas numa publicação que a mãe assinava. Quando terminou a quarta classe já sabia que queria ser missionário Com mais de cinquenta anos de ministério sacerdotal, Manuel Tavares, missionário da Consolata, já perdeu o conto às vezes que revelou a história da sua vocação e os interlocutores ficaram em silêncio, divididos entre o espanto e a incredulidade. É uma coisa curiosa, mas foi mesmo assim. Quando terminei a quarta classe, já tinha a ideia clara que queria ser missionário, contou à Fátima Missionária. E a surpresa nem é tanto pela idade com que encontrou o caminho de Deus, mas pela forma como lá chegou. a minha mãe assinava um folheto, penso que era dos missionários do Espírito Santo, e eu olhava para aquilo e gostava de ler as notícias das missões. Por isso, quando decidi, já sabia que queria ser padre missionário e não diocesano, influenciado pelas coisas bonitas que os missionários faziam e que lia no boletim. Definida a vocação, faltava encontrar a congregação. Por influência dos amigos da família, chegou a ponderar a entrada nos Jesuítas. Mas a deslocação de um padre da Consolata a Cardigos, Mação, fez mudar o rumo da escolha de Manuel Tavares e de mais quatro ou cinco candidatos. Falámos com esse padre e ficou decidido, vamos todos para a Consolata, recordou o sacerdote, agora com 75 anos. assim, no dia 13 de outubro de 1947, o grupo apresentou-se no seminário, em Fátima.como chegamos muito tarde, não quisemos bater à porta. Fomos dormir debaixo da azinheira [junto à capelinha das aparições], onde, por sinal, estava muita gente. Terminados os estudos, em Portugal e na Itália, Manuel Tavares foi ordenado padre em 1959. Exerceu vários cargos no Instituto e passou mais de 30 anos em missão, em Moçambique. a convicção não só se manteve como foi saíndo reforçada. agora, que estou em contacto direto com as comunidades, é gratificante ver que o nosso trabalho serve para as apoiar. Ser missionário é anunciar Jesus Cristo e ajudar as pessoas não só a conhecê-Lo, mas também a terem cada vez mais consciência da sua dignidade humana, sublinhou o missionário.