No auge da adolescência, Teresa Costa tinha alguns sonhos e muitas incertezas. a conversa com uma religiosa abriu-lhe as portas da vocação
No auge da adolescência, Teresa Costa tinha alguns sonhos e muitas incertezas. a conversa com uma religiosa abriu-lhe as portas da vocação Foi uma decisão difícil mas muito ponderada. Teresa Costa tinha 18 anos e os mesmos ideaisque as adolescentes da sua idade quando decidiu mudar o rumo da sua vida. Naquela altura, sentia-se bem com o aproximar da conclusão do 12º ano na sua área preferida, a contabilidade, e até imaginava casar e ter filhos. Mas lá no fundo, havia um vazio que lhe consumia os pensamentos. ao final de cada dia, refletia sobre o que tinha feito e as dúvidas aumentavam. Olhava para a frente e tudo o que fazia parecia não ter sentido. até que lhe surgiram dois sinais’. O primeiro apareceu sob a forma de um sonho: queria ser missionária. O segundo surgiu num encontro de jovens, na aldeia de Bolhos, Peniche, quando uma freira da congregação das Irmãs Concecionistas ao Serviço dos Pobres se deslocou à paróquia para preparar a ordenação de um padre franciscano. Teresa revelou o seu sonho, ainda recheado de muitas incertezas, e a irmã convidou-a a visitar a casa da congregação, em Fátima. Na visita, participou numa ação com idosos, que fez disparar o flash da vocação. Pensava que ia ser uma seca, mas aquela tarde tornou-se uma das mais importantes da minha vida. Foi o sentir que valia a pena estar ao serviço dos outros. Foi o sentir que a minha vida estava a ser útil naquele momento. Foi o despertar, recordou à Fátima Missionária. De regresso a Peniche, e porque queria ter a certeza da ideia que fervilhava no seu íntimo, mergulhou nas páginas da Bíblia, à procura de textos que sustentassem a convicção. ao ler os versículos um a cinco, do capítulo 43 do livro de Isaías, sentiu finalmente que Deus a chamava. Estava tomada a decisão. Num primeiro momento, os pais não gostaram da escolha. Mas depois, apoiaram. E, aos 20 anos, estava a fazer os seus votos. Hoje, com 33 anos, corpo franzino e gestos delicados, conserva toda esta força interior. Só me sinto bem quando estou disponível para o próximo. a vida tem sentido quando os outros são o centro e nos preocupamos em buscar que eles se sintam bem, confessou a religiosa, agora a trabalhar no Lar Santa Beatriz da Silva. Perante este testemunho, impôs-se uma última questão. O que leva os jovens a fugirem das vocações? Talvez o medo de dar o passo e errar, de pensar que se deixa e perde muita coisa, responde Teresa Costa.