ao fim do terceiro dia de caminhada, quase com 100 quilómetros percorridos, é preciso apelar a todas as forças para não esmorecer. O cansaço nas pessoas de mais idade já se faz sentir, mas o desejo de chegar é ainda maior
ao fim do terceiro dia de caminhada, quase com 100 quilómetros percorridos, é preciso apelar a todas as forças para não esmorecer. O cansaço nas pessoas de mais idade já se faz sentir, mas o desejo de chegar é ainda maiorLevantamo-nos com a aurora e às seis da manhã já estávamos a caminho para cumprir mais uma etapa de viagem. Utilizamos a estrada 118, tentando ainda captar alguma fresquidão da manhã. Mas foi por pouco tempo. O sol surgiu cedo e rapidamente nos aqueceu ainda mais que o desejado. Salvaterra foi a primeira localidade que atingimos. Seguiu-se Marinhais e assentamos em Benfica do Ribatejo (já com um calor intenso e sufocante) por volta das 13Horas, sítio onde almoçamos e descansamos. O tempo de repouso soube a pouco e por isso o reinicio da caminhada até parece que custou mais. Mas lá fomos. Só que desta vez deixamos a estrada e embrenhamo-nos pelos campos agrícolas, por sinal bem compostos onde já se podiam ver vários produtos como hortaliças, tomate, cenouras, não faltando as árvores de fruto. Desde que saímos, foi nesta zona que desfrutamos da paisagem mais espetacular e conseguimos aproveitar alguma sombra (pouca) que emanava das árvores, dando-nos algum conforto. a nossa meta era Tapada, entre almeirim e Santarém, onde chegamos ao fim da tarde, perto das 20H00, com mais de 36 quilómetros cumpridos. Ficamos instalados numa escola primária desativada.como é natural, as condições não eram as ideais, mas sim as possíveis e já podemos dar graças a Deus em ter um cantinho para descansar. Há pormenores nesta saga que não queremos deixar passar. Durante este percurso cruzámo-nos com outros grupos de peregrinos e a solidariedade vinha sempre ao de cima. Tanto apoiávamos quem precisava, como recebíamos oferta de apoio, embora raramente fosse necessário, pois seguem-nos duas viaturas de auxílio. Por outro lado, nos últimos dois dias, não deparamos com nenhum elemento das forças de segurança. apesar de dizerem que estão presentes, não vimos nenhum. Fica o reparo, apesar de não havermos precisado. Nesta viagem tenho feito um papel especial, sou o carro-vassoura, ou seja, sou o último do grupo. Ninguém está autorizado a ficar para trás, temos que chegar todos ao destino. Se surgem problemas, temos que os resolver; se alguém se sentir mal, há que encontrar solução. Hoje vamos sair cedo, aliás como é habitual, e temos como objetivo chegar a Minde ao fim da tarde. Só é pena que daquela vila ainda não se veja a Basílica de Fátima, mas esperamos chegar lá.