a vida comunitária exemplar do ponto de vista religioso e o testemunho das famílias é fundamental para ajudar a Igreja Católica a responder à necessidade de um renovamento social e evitar a «debandada» dos jovens, alerta o cardeal-patriarca de Lisboa
a vida comunitária exemplar do ponto de vista religioso e o testemunho das famílias é fundamental para ajudar a Igreja Católica a responder à necessidade de um renovamento social e evitar a «debandada» dos jovens, alerta o cardeal-patriarca de Lisboa Recorrendo às palavras do presidente do Conselho Pontifício da Família, Vincenzo Paglia, quando este assinalou que a família é pouco eclesial e as paróquias são pouco familiares, o cardeal-patriarca de Lisboa afirmou esta sexta-feira, 25 de setembro, em Fátima, que o grande desafio da Igreja neste momento é reconfigurar noutros moldes a comunidade cristã, um obstáculo que só pode ser ultrapassado com muito testemunho, muita vida comunitária e mais vida pascal. Não há vida cristã sem vida comunitária, sublinhou Manuel Clemente, realçando o facto da grande mobilidade e do acesso às novas tecnologias contribuir para um certo individualismo e afastamento da vida em comunidade, sobretudo ao nível das paróquias e dioceses. Há muitos diocesanos para quem a referência pastoral direta não é o seu pároco, não é o seu bispo, mas o bispo de Roma, acrescentou o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Convidado a falar sobre a família e comunicação nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, Manuel Clemente aproveitou para antecipar a sua participação no Sínodo dos Bispos no Vaticano, alertando para o facto da pressão mediática sobre o encontro dedicado à família poder gerar expectativas erradas na opinião pública. ao contrário do que se possa esperar, a assembleia episcopal reforçará acima de tudo a centralidade da família na comunidade cristã e não irá centrar-se nas questões apelidadas de fraturantes, como o possível acesso dos recasados aos sacramentos ou do acolhimento de pessoas com tendências homossexuais. No final da conferência, o cardeal-patriarca lamentou que a família não esteja a merecer atenção prioritária nos programas eleitorais dos partidos políticos candidatos às próximas eleições legislativas. Vejo algumas referências à situação das famílias, ao seu aspeto económico, mas o problema é muito maior do que esse. É completamente diferente pensar hoje numa sociedade a partir de indivíduos e a partir de massas, duas abstrações, ou a pensar nestes agregados fundamentais que são as famílias, e tirar daí consequências, disse Manuel Clemente. O purpurado deixou ainda uma mensagem de apreço pela grande disponibilidade dos portugueses para acolherem os refugiados, pedindo, no entanto, uma resposta articulada e integrada, quer no aspeto social, quer em termos culturais e religiosos. Trata-se de um desafio, mas isso também está muito na “massa” portuguesa, pois desde o princípio o país foi terra de toda a gente e para toda a gente. Isso é, digamos, o nosso aDN e ainda vai exercitar-se mais, eu vejo isto como um desafio positivo, concluiu.